Primo Levi foi um escritor italiano, reconhecido por suas obras que relatam os horrores do holocausto. Foi reportado para Auschwitz em 1944, em um período onde os alemães prolongam a vida média dos prisioneiros, por necessitarem da mão de obra. Ele foi um dos poucos sobreviventes do campo e dedicou parte da sua vida a relatar de forma crua a sua experiência e os aspectos que envolvem o que é ser humano.
"Vocês que vivem seguros
Em suas cálidas casas,
Vocês que, voltando â noite,
Encontram comida quente e rostos amigos,
Pensem bem se isto é um homem
Que trabalha no meio barro,
Que não conhece paz,
Que luta por um pedaço de pão,
Que morre por um sim ou por um não" (...)
Aos 24 anos, foi detido pela milícia facista em um contexto de segregação imposto aos judeus. Uniu-se a um grupo de guerrilheiros, muitos sem qualificação alguma, a procura de proteção e esconderijo. Ao ser capturado e levado ao campo de trabalhos forçados, recebe um macacão, é marcado com um número, tem seus pertences levados e sua cabeça raspada.
Durante o relato, Primo Levi aborda detalhes do cotidiano, fala sobre amigos que se foram e principalmente, como pouco a pouco cada condenado foi deixando seu lado humano, sendo submetido a humilhação e perda da identidade. No campo não havia espaço para saudosismo a e abstrações. Quem quisesse sobreviver precisaria aprender rapidamente o modo de funcionamento do campo e duas brechas na luta por mais um pedaço de pão, uma navalha pra se barbear, um pedaço de pano para esquentar os pés.
Através da sua formação em química, após um ano de permanência no campo, conseguiu participar de uma seleção e passou a trabalhar no laboratório de química, fato que ajudou a prolongar sua vida. Quanto mais o tempo passava, mais percebiam que as coisas estavam mudando e muitos esperavam pela vinda dos Russos.
Esse é um livro rico e necessário a todos, certamente te sensibilizará em alguns momentos e fornecerá mais um panorama do que aconteceu durante esse período sombrio da nossa história.
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