Era o ano de 1950, em um engenho localizado a 30 quilômetros de Palmares, zona da mata sul do Estado de Pernambuco. Lá vivam o Sr. Antônio Henrique e Sra. Ericina. Ele um pequeno comerciante que atuava na famosa feira de Caruaru e ela uma dona de casa. Nesse contexto, nasce o primogênito do casal - Josimar Henrique. Mesmo sem muitas perspectivas de mobilidade social devido à condição financeira da sua família, o menino parecia não se contentar com o que a vida queria lhe oferecer.
Família Henrrique nas Bodas de Ouro de Antônio e Ericina |
Josimar nasceu visionário, como uma daquelas pessoas que nasce com uma estrela! Desde menino aprendeu a dividir o tempo entre o trabalho e o estudo. Cresceu fazendo isso. Muito jovem, começou a trabalhar ajudando o pai e aos 14 anos, passou a trabalhar como balconista em uma loja de tecidos. Pouco tempo depois, foi contratado para trabalhar como contínuo na Rádio Liberdade de Caruaru. Josimar saiu da rádio e se tornou auxiliar de escritório de contabilidade, tomando gosto pela profissão de contador. Após essa experiência, foi contratado para trabalhar no Banco Nacional do Norte (BANORTE).
Aos 21 anos, a sua vida tomou outro rumo: Josimar pediu demissão do banco! Os seus pais, que estavam orgulhosos da trajetória que o filho estava percorrendo, ficaram preocupados, pois pareciam ter "encaminhado" Josimar e ele havia decidido sair do emprego. O Sr. Antonio Henrique dizia à esposa: “mas, o que houve com esse menino Ericina? Saiu de um emprego tão bom?”. Logo após ter deixado o banco, Josimar foi passar dois meses de férias, conhecendo as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Quando retornou de viagem, foi morar no Recife, encontrando rapidamente uma nova colocação, desta feita no Aché Laboratório S.A., onde iniciou uma longa trajetória no ramo de venda de medicamentos.
Atuou como propagandista, supervisor, gerente regional, e gerente nacional, fazendo uma sólida carreira nessa empresa. Passou a conhecer de perto todo o processo produtivo de um laboratório farmacêutico, desde a produção dos medicamentos até a venda dos produtos para o mercado. Em entrevista para a PRONEWS, relembra: “O que eu pretendia era seguir uma carreira promissora e fiz tudo com base numa visão de futuro, através do meu esforço para ser independente". Ainda trabalhando para o Aché, Josimar viajou por todo o país adquirindo mais experiência na área farmacêutica. Em São Paulo, recebeu a missão de estruturar um novo laboratório de origem italiana que o Aché havia comprado, o Laboratório Novoterápica, passando a administrar a situação externa do laboratório e a acompanhar todo o processo industrial farmacêutico. Nessa época, Josimar estabeleceu um maior contato com professores, pesquisadores e universidades, descobrindo o potencial de pesquisa e matéria-prima disponíveis do Brasil. Em seguida, fazendo jus ao seu espírito empreendedor, Josimar assumiu a Direção Nacional de Vendas da Novoterápica e volta a Pernambuco com a nova missão de reestruturar a Regional Norte/Nordeste das duas empresas, Aché e Novoterápica.
É nesse momento da sua vida, já com experiência de 11 anos no ramo de medicamentos, que ele, mais uma vez, pede demissão e, dessa vez, para abrir seu próprio negócio.
Atuou como propagandista, supervisor, gerente regional, e gerente nacional, fazendo uma sólida carreira nessa empresa. Passou a conhecer de perto todo o processo produtivo de um laboratório farmacêutico, desde a produção dos medicamentos até a venda dos produtos para o mercado. Em entrevista para a PRONEWS, relembra: “O que eu pretendia era seguir uma carreira promissora e fiz tudo com base numa visão de futuro, através do meu esforço para ser independente". Ainda trabalhando para o Aché, Josimar viajou por todo o país adquirindo mais experiência na área farmacêutica. Em São Paulo, recebeu a missão de estruturar um novo laboratório de origem italiana que o Aché havia comprado, o Laboratório Novoterápica, passando a administrar a situação externa do laboratório e a acompanhar todo o processo industrial farmacêutico. Nessa época, Josimar estabeleceu um maior contato com professores, pesquisadores e universidades, descobrindo o potencial de pesquisa e matéria-prima disponíveis do Brasil. Em seguida, fazendo jus ao seu espírito empreendedor, Josimar assumiu a Direção Nacional de Vendas da Novoterápica e volta a Pernambuco com a nova missão de reestruturar a Regional Norte/Nordeste das duas empresas, Aché e Novoterápica.
É nesse momento da sua vida, já com experiência de 11 anos no ramo de medicamentos, que ele, mais uma vez, pede demissão e, dessa vez, para abrir seu próprio negócio.
O INÍCIO DA HEBRON
Para viabilizar o sonho, Josimar se sacrificava e todo o lucro da distribuidora era aplicado para tornar possível a construção do laboratório. Os recursos eram insuficientes e Josimar necessitava de um maior aporte financeiro. Onde consegui-lo?
A princípio, ele decide ir à busca de financiamento nos bancos da região. Em muitos desses bancos, a situação era a mesma, ou seja, após a explicação sobre o projeto para o gerente do banco, ouvia sempre a mesma resposta: Não! Um desses gerentes chegou a dizer para Josimar, após vasta explanação do projeto: "Você vai produzir medicamentos no interior de Pernambuco e concorrer com multinacionais? Isso é loucura!”. Assim, os bancos da região lhe negaram ajuda financeira, pois consideravam o projeto como muito ousado.
Sem o apoio dos bancos e sem os sócios, Josimar, precisava encontrar uma saída para que o seu sonho não morresse. Mas, como? Decidiu consultar a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) em busca do apoio ao seu projeto. Lá, ele conheceu o Superintendente do órgão, o Sr. Marlos Duarte. Josimar faz um tremendo esforço para apresentar, da melhor maneira possível e da forma mais convincente o seu projeto, pois ele estava agarrando-se a esta chance, que pensava ser a última. Por sorte, ou por ser tão visionário quanto o próprio Josimar, o Superintendente resolver apostar no projeto do laboratório. Lembra Josimar: "Foi ele quem ouviu a minha história e me ajudou a erguer a Hebron®." E assim, com a conquista do apoio da SUDENE, que chega a financiar 80% do empreendimento, o sonho começa a ser construído.
Apesar da sociedade encerrada, e sem o apoio do sistema de financiamento bancário, a construção do laboratório é iniciada em Junho de 1985, durou quatro anos (1985-1989) e, em janeiro de 1990 começa a funcionar o Laboratório Farmacêutico Hebron® na cidade de Caruaru - PE com a missão de "pesquisar, desenvolver, produzir, promover e comercializar produtos para a saúde e o bem estar" (HEBRON, 2013).
AS DIFICULDADES
Para implantar qualquer organização, as dificuldades são muitas e, com a Hebron® não foi diferente, principalmente considerando aquelas específicas da área. A primeira grande dificuldade foi a falta de recursos do sistema financeiro. Os aportes financeiros são importantes para que a empresa não precise utilizar o seu capital de giro, para montar uma fábrica e uma linha de montagem nova. para a Hebron® essas dificuldades foram inevitáveis, inclusive, pelo sentido inusitado do seu projeto. A segunda grande dificuldade foi a de enfrentar a concorrência de grandes laboratórios multinacionais já conhecidos, que possuíam um trabalho de marketing muito bem elaborado e com uma grande força promocional e convencer a classe médica a prescrever os seus produtos.
O Sr. Avaniel Marinho, que trabalhava na Hebron® desde o nascedouro, e atua hoje como Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, diz que, no princípio, foi necessário realizar um trabalho pontual com médicos e farmácias. "Um trabalho de formiguinha", diz ele. Ele relatou como isso acontecia: "Nós tínhamos que visitar os médicos, criar um canal de distribuição, fazer os produtos chegarem ao ponto de venda (farmácias), convencer os médicos a prescreverem e, a partir daí, gerar receituário, conquistando a confiança da classe médica para os nossos produtos".
Para conseguir a confiabilidade por parte dos médicos em relação aos medicamentos, foi necessário apresentar resultados de pesquisas de algumas universidades e institutos de pesquisa com as quais a Hebron® começou a interagir logo no início das suas operações, pois, o Brasil, na década de 90, já contava com um parque industrial farmacêutico expressivo, mas, os centros de tecnologia e de pesquisa estavam restritos ao mundo acadêmico. Era comum na segunda ou terceira visita do propagandista ao médico este último perguntar: “Rapaz. Quer dizer que esse negócio é pra valer mesmo?" Assim, a Hebron® começa a investir nas pesquisas de fitoterápicos e de produtos biotecnológicos, levando ao médico a chancela da pesquisa realizada na universidade, comprovando que era possível um laboratório nacional desenvolver pesquisas e aproveitar a pesquisa realizada no país. Essa ação trouxe efeitos imediatos, pois Josimar foi, mais uma vez, um visionário à frente da Hebron® quando tornou possível registrar e comercializar o primeiro fitoterápico do Brasil: O Giamebil.
Medicamento indicado para o tratamento das infestações Giardíase e Amebíase, causadas pela Giárdia Lamblia e pela Entamoeba Histolítica.
Sem as parceiras com as universidades e os centros de pesquisa seria impossível o efetivo funcionamento do laboratório e a concretização do sonho do Josimar, já, que, o desenvolvimento de pesquisa no Brasil é muito caro para ser realizado por uma empresa de pequeno porte. Daí surge a terceira grande dificuldade da empresa: Estabelecer parcerias com as universidades públicas - federais e estaduais - e os institutos de pesquisa. É fato, que existe uma dificuldade na relação entre a academia e o setor produtivo - a iniciativa privada. O pesquisador, o professor e o acadêmico produzem ciência, mas existe uma divergência muito grande entre pesquisa e pesquisa aplicada. Então, essa relação da universidade com a iniciativa privada é complexa.
A universidade tem um bem público e esse bem vai se transformar em um bem da iniciativa privada, sendo explorado economicamente. Assim, há todo um trabalho de aproximação por parte da Hebron® em relação aos pesquisadores e realizam-se, para o funcionamento dessas parcerias, contratos de prestação de serviço, previstos em lei, sendo pagos royalties à universidade responsável pela pesquisa daquele medicamento que será possivelmente comercializado. O papel da Hebron® é buscar convencer o pesquisador, geralmente vinculado a uma universidade ou centro de pesquisa, a ceder a sua pesquisa para o laboratório, antes que os resultados da mesma sejam divulgados.
O pesquisador tem necessidade de publicar a sua pesquisa em função de exigências de produtividade por parte dos órgãos de fomento e também do ponto de vista curricular, a fim de se manterem vinculados a programas de pós-graduação, mas por outro lado, à partir da publicação a empresa perde, porque a propriedade intelectual é perdida. Especialmente nos últimos 10 anos, os próprios pesquisadores estão depositando pedidos de patentes dessas pesquisas e isso, também, é um fator complicador e que, de certa forma, dificulta essa relação, uma vez que a universidade detém essa patente e a empresa passa a não ter interesse nessa pesquisa. Com essa patente depositada em nome do pesquisador e da universidade e sem o relacionamento com a indústria, o produto pesquisado não vai chegar ao mercado. Houve depósito de patente com a intenção de a própria universidade negociar, mas, existe complicação em função de ser um órgão público e depender de edital e de uma série de questões burocráticas, para a efetiva concretização da relação universidade x mercado.
O CRESCIMENTO DA HEBRON®
A empresa, desde a sua fundação, teve como proposta produzir medicamentos de prescrição médica, não desconsiderando o outro lado do mercado, aquele de produtos de 6 marketing direto. Essa postura de atuar no segmento de prescrição médica dá aos produtos uma característica de pesquisa de cunho técnico científico, sendo considerados como produtos inovadores. São produtos que possuem, em sua maioria, artigos de pesquisas empíricas publicadas, tanto na parte pré-clínica quanto na parte clínica e essa interface com os centros de pesquisa e algumas universidades deu aos produtos da empresa uma chancela de qualidade reconhecida pela classe médica. Possivelmente, essa característica foi a que mais contribuiu para o sucesso do negócio. Josimar conta com a sua família na gestão da empresa. Além dele, que atua como presidente atua no quadro estratégico da empresa, o seu cunhado, Sr. Avaniel Marinho, no cargo de Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, seus filhos Josimar Junior, Bruno Henrique e Wedja Henrique, que ocupam os cargos de Diretor Financeiro, Diretor Industrial e Diretora de Marketing, respectivamente, além dos genros Guilherme Pires e Fernanda Newman, Diretores de Recursos Humanos e Treinamento e Diretora Administrativa.
Os irmãos Joás Henrique e Josias Henrique, ocupam os cargos de Diretor Superintendente e Diretor Comercial completando o quadro tipicamente familiar de gestão. Como homem de visão, Josimar soube aproveitar o potencial de pesquisa para o desenvolvimento de medicamentos em escala comercial em seu laboratório e, para isso, de acordo com o site da empresa, possui parcerias com universidades e centros de pesquisa espalhados pelo Brasil e pelo mundo. No Brasil, o laboratório possui parcerias com as Universidades Federais de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba e com as Universidades Estaduais de São Paulo (USP), Campinas (UNICAMP), e Pernambuco (UPE). Fora do Brasil desenvolve projetos na Inglaterra, mantém estreita relação com a Universidade de Farmácia do Porto e já manteve contato com um dos maiores centros de pesquisa fitoquímica do mundo em Lousanne (Suíça) (HEBRON, 2013).
Todos os meses, mais de 38.000 médicos são visitados pelos propagandistas da empresa. Eles conseguem chegar a um número superior a 1.600 cidades do país. Os medicamentos estão disponíveis em cerca de 4.000 municípios brasileiros. O laboratório também atua no mercado externo e mantém parceiras com os EUA, México, Cuba, Peru, Chile, Equador, Colômbia, Moçambique, Nigéria, África do Sul, Portugal e Áustria. A Hebron® possui 100 tipos de medicamentos em 13 especialidades médicas passando pela Pediatria, Clínica médica, Ginecologia, Cardiologia, entre outras. A Hebron® possui diversas atividades, desde o desenvolvimentos de processos analíticos, pesquisas clínicas, biológicas, químicas e fitoterápicas até a produção de matériaprima, de produtos farmacêuticos e alimentos funcionais.
A empresa apresenta uma política rigorosa de desenvolvimento e aprimoramento da qualidade dos produtos e serviços, adotada em todos os setores da empresa. As ações envolvem desde a padronização dos processos, até o comprometimento e a capacitação dos colaboradores.
Fonte:
Ana Carolina Kruta de Araújo Bispo,
Anielson Barbosa da Silva.
EnEPQ90
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