05/03/19

CACHO DE COCO, O "FOLIÃO DE CARUARU" por Walmiré Dimeron

Chico Porto de baiana entre os "mui amigos". Década de 60: 1 - Leonardo Florêncio; 2 - Reinaldo; 3 - José Quintino; 4 - Ivanildo Florêncio, 5 - Ivan; 6 - Chico Porto, 7 - Antônio Liberato, 8 - Luiz Gonzaga, 9 - Fernando da Brahma. Acervo de Hélio Florêncio
JOSÉ ROMÃO DA SILVA, natural de Bezerros, fundou aqui o famoso e singelo "Sou Eu Teu Amor", o "bloco mais veloz do mundo". 
Por ser atleta, Cacho de Coco obrigava as cabrochas a acompanhar o seu ritmo de corredor e o grupo passava pela Rua da Matriz feito um raio, divertindo meio mundo.
Reza a lenda que chegou a "apostar" corrida com o trem no percurso Caruaru/Gonçalves Ferreira e que teria ganho a tal aposta...
Foi nele que Alceu Valença e o caruaruense Carlos Fernando se inspiraram e compuseram:

"Lá vem, lá vem o bloco, mas cadê o bloco, já passou....Um bloco veloz como um raio, chamado "Sou eu teu amor....."

Cacho de Coco e sua mulher, Maria Barbosa - Carnaval do Comércio Futebol Clube, 1967.


CHICO PORTO E A “ÁGUA DO BARREIRO DO CÉU”.


Uma das figuras mais carismáticas de Caruaru, FRANCISCO PORTO DE OLIVEIRA - Chico Porto foi boêmio inveterado, folião nato, nosso mais famoso "Rei Momo", o "maior bebedor de cerveja da redondeza" e orador de primeira, com seus infalíveis e intermináveis discursos.
Com a aproximação do carnaval, relembro “Chiquinho”, que ainda cheguei a encontrar várias vezes na Rua da Matriz, onde morava, no fim da vida, passinho curto, corpo pesadão, com um sorriso infantil nos lábios. 

Cacho de Coco e Chico Porto - déc. de 60.
“ÁGUA DO BARREIRO DO CÉU”, dizia, estalando a língua e saboreando sua eterna companheira - a geladíssima cerveja, como relembra, entre risos, Anastácio Rodrigues. 

Certa vez num dos nossos animados carnavais, os amigos (da onça) convenceram Chico a se a se vestir de baiana. Resultado: uma cena dantesca como mostra a foto abaixo e a bronca de Dona Elisa, sua mulher, que não lhe abriu a porta, para a gozação total dos presepeiros de plantão.

É nosso dever impedir que a história dessas figuras se perca na poeira do tempo.

*Walmiré Dimeron é escritor, historiador e museólogo

Um comentário:

Bôsco disse...

Muito curioso essas historias, legal o conteúdo do BLOG.