09/07/19

Atualidades - Sobre uma onda conservadora no Brasil por Aline Sales*


No início da década, diversos estudiosos brasileiros e da América latina, alertavam para a possibilidade do surgimento de uma onda conservadora em vários países e também na política. Nas eleições de 2018, no Brasil, essa onda definitivamente chegou com a vitória de Jair Bolsonaro.

A construção da sociedade brasileira foi marcada pelo conservadorismo, formando uma economia escravocrata e muito desigual que só poderia ser governada por uma elite cujo compromisso seria excluir os desejos populares. Com a campanha polarizada entre a direita e a esquerda, a parte da sociedade que é conservadora e que estava adormecida, ressurge com força total identificando-se com o novo presidente.

Em 2013, os indícios da chegada do conservadorismo não eram perceptíveis, mas eles existiam travestidos de “manifestações contra a corrupção”. Grupos de direita usaram os gastos com os eventos esportivos no Brasil, como pontapé inicial para inflamar toda a população e despertar um sentimento contagiante nos brasileiros que levou milhões às ruas das capitais, começando assim o avanço conservador. Após os atos organizados pela direita, muda-se o cenário político e as coisas no Brasil vão tomando um rumo cada vez mais crítico.

O Brasil nunca foi o paraíso dos direitos humanos e essa onda conservadora vem como um rolo compressor esmagando direitos sociais e humanos. Temos visto muitas conspirações a espreita e embora muitas categorias como professores, estudantes, artistas tenham reagido de maneira expressiva através de diversas manifestações, parece que as forças destes não foram suficientes.

Uma direita que se levanta argumentando que é contra a corrupção e o comunismo, também é contra o livre pensar, combate a força sindical, defende a descrença na ciência e persegue meios de comunicação imparciais, levando o país a um obscurantismo com consequências desastrosas que configuram terrível retrocesso.

E agora podemos ver o desmanche de direitos sociais como o desmonte do SUS e da previdência social, privatizações e entrega dos nossos recursos naturais aos estrangeiros. A economia não reagiu, como a população (bucha de canhão) usada pela extrema direita pensava, pelo contrario, vemos um país se desintegrando, passando vergonha mundo a fora, por causa do comportamento e das próprias palavras de seu próprio presidente, que sempre compara a situação política do Brasil com um “intercurso sexual” e essa semana ousou dizer que “O Brasil é a virgem que todo tarado do mundo gostaria de ter!” Triste realidade.

Aline Sales é Professora, Pesquisadora nas áreas de Educação e Saúde. Cursou nutrição na FAVIP e licenciatura em letras na Fafica.


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