Para grande parte de cristãos, o dia 08 de setembro marca a celebração da Natividade de Maria. Sem dúvida, o nascimento daquela que viria a dar à luz o Salvador da Humanidade é motivo de festa e de alegria para toda a cristandade.
O professor Felipe Aquino, apresentador do programa ‘Escola da Fé’ (TV Canção Nova), explica: “A tradição diz que a Virgem nasceu em Jerusalém, nas proximidades do tanque de Betesda, onde atualmente se venera uma cripta sob a igreja de Santa Ana, como sendo o local onde nasceu Nossa Senhora”. A comemoração da Natividade tem origem no século V, mas a festa só foi acolhida pela Igreja de Roma ao longo do século VII. Sua valorização tornou-se maior a partir da Idade Média.
Na Bíblia, o evangelista que mais fala sobre Maria é S. Lucas. No versículo 28 do primeiro capítulo do livro, ele registra que o anjo Gabriel chamou-a de “agraciada” – “gratia plena”, na versão em latim. O termo grego utilizado é “Kecharitomene” (κεχαριτωμένη), significando “Tu que já estás cheia de graça”. O motivo para o emprego deste termo está explicado em S. Lucas 1:30-33:
“Disse-lhe o anjo: ‘Maria, não temas, porque achaste graça diante e Deus, e eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
O útero de Maria foi abrigo de Jesus, quando Ele ainda era substância informe. Jornadeou ao lado de José de Nazaré até Belém. Chegando na cidade de Davi, não encontrou Ele foi nascido dela, e ela O alimentou. Enquanto criança, Maria ensinou-O a Lei que Ele mesmo revelara a Moisés no Monte Sinai. Perdeu Jesus em duas circunstâncias – a primeira, quando o garoto tinha 12 anos; a segunda, quando o Mestre deu seu último suspiro no Calvário. Ao longo de sua vida, Maria se colocou inteiramente à disposição do Criador para que, através dela, a Vereda da Vida Eterna fosse assegurada a todos quantos O recebessem.
Embora existam algumas controvérsias atuais entre católicos e protestantes a respeito de Maria, o reformador Martinho Lutero escreveu um comentário do Magnificat –trecho do Evangelho de Lucas também conhecido como ‘O cântico de Maria’. O comentário deve ter sido escrito por volta de 1521, próximo à Dieta de Worms – quando Lutero foi convocado a renunciar as teses escritas em 1517. Na obra, Lutero analisa que o significado de ‘Magnificat’ é “engrandecer”. É bem verdade que o Senhor Deus pode ser engrandecido por intermédio de palavras, de filosofias, vontades e ações. Contudo, Maria declara: “A minha alma engrandece ao Senhor” (“Magnificat anima mea Dominum” – Lc 1:46b). Com isto, Maria nos ensina que o louvor a Deus não deve ser oferecido de outra forma, a não ser integralmente, com todos os nossos sentidos e forças.
Acompanhando o Senhor da manjedoura à cruz, Maria também teve uma espada traspassando a própria alma (cf. S. Lucas 2:35). Entretanto, o que prevalece é sua adoração ao Senhor, anunciando que “a sua misericórdia é de geração em geração” (Lc 1:50).
*Jénerson Alves - jornalista, professor, assessor parlamentar, poeta e escritor.
*Jénerson Alves -
Nenhum comentário:
Postar um comentário