Foto: Alexsandro |
Há pouco mais de uma semana, o Brasil que tem em seu território 60% da floresta amazônica, está em manchete dos principais noticiários do planeta. O crescimento dos focos de queimadas na imensa floresta nos propõe uma análise dos muitos fatores envolvidos nesse processo. Mas cabe aos governos municipais, estaduais e federal não só as respostas mas também as ações que possam combater os incêndios, punir os incendiários e ações estratégicas preventivas para que não estejamos sujeitos a outros momentos como esses.
Quando pensei no título acima, quis provocar que, além do nefasto episódio com a nossa magnífica floresta e sua importância para a biologia do planeta, esse país está em chamas na ideologia política há mais tempo que o incidente na natureza.
Recentemente abri um espaço nas minhas atividades e me debrucei para ver mais detalhadamente o episódio protagonizado pelo jornalista Gleen Grenwald e fui ler os conteúdos apresentados como fruto das “investigações” ou “trabalho” dele, a denominação fica por conta de você leitor(a).
Partindo do princípio constitucional e a definição dos três poderes na república, respectivamente executivo, legislativo e judiciário, fiquei pasmado com os conteúdos imorais relatados entre um juiz federal e um procurador, homens que se obrigam pelo dever funcional a ter uma conduta ilibada, irrepreensível, de absoluta força moral, ética e legal. Nada desses adjetivos foi considerado por esses dois cidadãos revestidos de autoridade judicial, em se tratando de um caso da profundidade da operação Lava Jato, que se propõe a apurar e punir os desmandos de políticos e empresários desse país.
Para deixar bem claro, não tenho nenhuma filiação partidária e me disponho a produzir esse texto a partir da minha habilitação profissional em sociologia, pelas vias da imparcialidade e ética pessoal.
Voltando aos conteúdos apresentados em pequenas partes - já que a totalidade é uma incógnita para a sociedade - o formato da linguagem transcrita é de uma pequinês que não condiz com a magistratura e seus grandes personagens.
Promotor e juiz combinando ações para ofertar conteúdos para a imprensa? Atrelar vazamentos de sigilo jurídico a finais de semana para manchetes, bem como vincular calendário processual ao calendário eleitoral do país, onde já se viu isso? Nos reduziram a uma república de bananas? Aonde ficam os princípios constitucionais no fazer jurídico? Os princípios da lei 8.112/90 que rege a todos nós, servidores públicos, foram rasgados no recinto do tribunal? A perseguição pessoal extrapolou o princípio ético? É o vale tudo no jogo do poder? São muitas perguntas ainda sem respostas... e as que nos deram, não convencem nem uma estátua de pedra numa praça qualquer.
Na sequência dos fatos, o juiz tornou-se ministro da justiça, já o promotor revelou sua aspiração para concorrer a um mandato de senador da república. A fogueira das vaidades diariamente alimentada, o gosto pelo poder por quaisquer vias sem qualquer freio ético, é isso?
Com tais interesses, os servidores se distanciaram dos princípios brilhantes que a justiça estabelece em farta literatura e códigos de leis... no mínimo, lamentável e decepcionante!
Que o Lula ou qualquer brasileiro vá aos tribunais, respondam as acusações, apresente provas e sejam julgados com imparcialidade acima de tudo, um dos pilares da lei.
Há muito o que se escrever, mas a restrição da lauda não me permite. Resumo da ópera: se o senhor Luiz Inácio Lula tivesse Jesus Cristo em pessoa como advogado, ambos seriam condenados pelo promotor e juiz, independente de provas, por convicção e interesses pessoais de ambos. Não é a sentença que está em questão, mas a ideologia e práticas dos que aplicaram.
Brasil, mostra a tua cara, disse Cazuza... que país é esse? questionou Renato Russo.
Prof. José Urbano
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