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“Usar uma máquina de escrever é como ir ao um museu. No museu você encontra diversas histórias e na máquina de escrever você escreve diversas histórias.”
O
maior entusiasmo da máquina de escrever é que ela não permite erros e se houver
“precisam ser nobres” parafraseando Maria Bethânia. Sim! O texto não permite
erros na máquina que escrever, e isso provoca uma nostalgia gostosa, pura
adrenalina. Ela tem toda uma postura e atenção e traz consigo muito amor,
leveza e dedicação são como cuidar de uma flor rígida às vezes é sensível quase
toda hora.
Hoje
meu maior patrimônio é uma máquina de escrever das antigas e estou vivendo
momentos memoráveis aprendendo a digitar novamente e ser mais analítico
atencioso e criterioso. Até na hora da acentuação devemos pensar qual tecla
deve acionada para que acento saia correto.
A
fascinação da máquina de datilografia veio da escola que estudei a vida até o
Magistério o atual e quase instinto normal médio. Antes da chegada do
laboratório tinha uma sala repleta de máquinas de escrever. Ter uma máquina de
escrever é para celebrar a vida seus poemas, seus textos e enviar mensagens
graciosas para os amigos e pessoas especiais. Eu ainda fiz umas aulas com a
profa. Givanilda e depois fui logo seduzido pelo o computador e recebendo um
querido prof. Amaury Borba para nos ensinar essa revolução tecnológica.
É
nela a máquina de escrever que saem boas escritas, bons textos e excelentes poemas.
A máquina de escrever ou máquina de datilografia como se chamava antigamente é
como “caixa mágica” de que reproduz pensamento de forma extraordinária. Ao
contrário da tecnologia atual o computador permitiu todos os erros possíveis e
imagináveis e só depois apagar ou corrigir tudo em questões de minutos.
As
empresas nas suas ações culturais e literárias deveriam comtemplar à
estimulação do conhecimento e aprendizagem com “a famosa máquina de
datilografia para seus funcionários.” É um recontro com o passando estando no
presente e guardando o seu futuro.
No
artigo por Braulio Tavares – Máquina de Escrever – editoras.com. “Daqui a um milhão de anos, os arqueólogos da
futura Humanidade estarão desenterrando, junto com ossadas de iguanodontes e
crânios de tiranossauros, os arcabouços enferrujados das máquinas de escrever
do século 20. Simpósios e mais simpósios serão organizados para discutir qual a
serventia que teriam tido aquelas engenhocas tão intrigantes e perturbadoras
quanto o Mecanismo de Antikhytera.
Mal saberão eles que foi em cima dessas
barulhentas contrapções que milhões de escritores gemeram, suaram, sofreram,
viveram, se desesperaram, atravessaram os sete céus e os sete infernos de que
fala o poeta. Sofrimento de tal ordem que deu origem a um dos clichês
cinematográficos mais desgastados em filmes sobre escritores: o cara
datilografa, pára, começa de novo, pára, arranca a folha de papel, amassa, joga
do outro lado do escritório, bota outra folha, amassa de novo… aí depois de
fazer isso algumas vezes se desespera – e arremessa a máquina pela janela! Todo
filme mostra esse clichê, e eu duvido que na vida real algum escritor já tenha
feito isso.
Penso em Jack Kerouac pegando um rolo de
papel contínuo com centenas de metros, enfiando a ponta dele na máquina e
escrevendo On the Road do
início ao fim, ao longo de três semanas, na base do café e da benzedrina, sem
precisar trocar de folha. E penso em Raymond Chandler aos cinqüenta anos, um
executivo desempregado tentando virar escritor, e mandando para a editora
manuscritos (ou datiloscritos) em que ele se preocupava em alinhar todas as
linhas na margem direita, porque pensava que se não fosse assim o livro poderia
ser recusado. Uns com tanta intimidade, outros com tão pouca.
Intimidade com máquina de escrever se
conquista aos poucos, através dos olhos, das mãos, dos dedos, ganhando-lhe a
confiança e retribuindo-a com carinhos, como dizia Mário de Andrade, ao
escrever na máquina uma carta para Manuel Bandeira em 1925: “E agora já sabe:
quinze minutos que seja de descanso, estou na frente da Manuela batendo tipo
sem parar. Manuela é o nome da máquina, por causa de você. Inventei agorinha
mesmo isso.
Não refleti nem nada: ficou Manuela”. Em
pleno Modernismo nossos escritores tateavam com timidez no mundo high-tech do
teleco-teco do teclado, isso quando Mark Twain já tinha se tornado em 1883 o
primeiro autor a submeter um “manuscrito” à editora sob a forma de um texto
datilografado (o livro era Life in
the Mississipi, e Twain não datilografou ele próprio o texto, pagou
alguém para isto). E não só os escritores devem sua vida a ela; a partir de
certa época, também os personagens. Já em 1897, Bram Stoker fazia sua
personagem Mina Harker, a vítima principal do Conde Drácula, ter à sua
disposição uma máquina de escrever onde ela registra em 62 páginas tudo que lhe
aconteceu, com todas as informações necessárias para que O Conde seja
descoberto, e diz, no Capítulo 26: “Oh, como sou grata ao homem que inventou a
máquina de escrever Traveller’s!”- Acesse https://editoras.com/maquina-de-escrever/.
Prof. Fábio Junior da Silva, ADM – CRA-
13.040. Professor universitário, pós-graduação MBA, pesquisador e ativista
sustentável.
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