Será que vale não vale pena parar e observar o quanto somos alheios ao que nos rodeia e trazer para o nosso cotidiano as influências que nos caracterizam enquanto sujeitos de um meio social qualquer?Pois bem, depois de passar alguns anos pesquisando e tratando da música regional como objeto de estudo, percebi o quanto estamos de fato longe de nossa própria história e como desprezamos as oportunidades que temos de está lado a lado das "árvores" que oxigenam a identidade cultural de nossa terra.
Essas "árvores" trazem em si a mesma pureza e valor real que carrega nossa natureza, em todas as suas dimensões, transmitem à partir da simplicidade de suas histórias a complexidade da existência de um tratado qualquer de Raciocínio Lógico (Matemática), Existencialismo (Filosofia ), dentre outros, porém com a possibilidade de ser transmitido e entendido à partir de um gesto, olhar ou até mesmo uma série de risadas em meio há uma simples conversa, entretanto com a mesma simplicidade introduzem incógnitas que transcendem a percepção natural do senso comum, com a Maestria de compor peças (obras) cinematográficas tendo como inspiração um simples urrar de uma onça, a queda de uma cachoeira, o barulho do estouro de uma pipoca em um forno industrial, enfim, paisagens sonoras que talvez nem mesmo o mais competente entre os sonoplastas hollywoodianos não tivesse a capacidade de reverter em sonoridade tal imagem.
Entender essa Magia enquanto Música, enquanto parte do saber popular, enquanto o som da nossa história... Talvez ainda seja cedo demais, talvez essa identidade cultural esteja diretamente ligada a um processo muito maior, talvez nossa verdade esteja ligada a necessidade de existência de uma grande mentira, que conduza os nossos ao mesmo lugar de sempre...
É impressionante (porque não dizer triste), chegar do outro lado do mundo e identificar nossa história sendo vivenciada com uma frequência muito maior do que a nossa, nos ver em tatos lugares, menos por aqui por perto... Sei que as palavras podem levar os amigos a pensar e é exatamente por isso que eu pergunto:
Anderson Silva (Músico e membro do CMPC/Cultura Popular).
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