24/09/17

A MALDIÇÃO DA AMBULANTE - Iran Bradock

(o rádio 13 parte: II)

série: poesia oculta
- Em uma segunda dia doze do mês de Agosto, para terça dia treze de Agosto, 
( ... ) o Mês do cachorro louco...
" - É... ele não sabe que um dia ele pode precisar...
deixa ele..."
- praguejava em formas de murmúrios a senhora obesa e insistente...
olhando com sua mão esquerda, espalmada para o céu...
as pragas faladas estraçalham tão quanto; papel ... -
" Praga de urubu só pega no olho do cú! "
- retrucara o fiscal descontrolado...
a senhora imediatamente lhe olhou de cima a baixo...
AH... MEU CARO LEITOR!
o céu que apouco estava limpo...
começara a se tornar nublado...
o cemitério dos fracassados...
fracassada...
a noite naquela noite fora um turbilhão de pequenas pragas...
deu tudo errado...
o rádio 13 há muito quebrado...
um feirante por causa de uma lona tentou esfaquear...
um fiscal...
a visão do inferno tem bancos e inúmeras pessoas fazendo comercio...
por isso que Eu lhe digo MINHA CARA LEITORA! (...)
existe o céu, a feira e o inferno...
uma mercadoria apreendida, a morte do dia; que ainda nem nasceu...
a dona era uma garota que estava grávida; "botou para
chorar" desmaio...
o povo revoltado com a fiscalização...
tudo dando errado ânimos exaltados...
mais um outro fiscal entra em vias de fato e sai quase linchado...
abre-śe os portões do inferno na feira noturna...
na negra noite de segunda...
ouço mais um boato pela boca do feirante...
balearam um fiscal ali agora, neste instante...
o demônio da teimosia tem amantes...
e cuncubinas...
puxara um um fação para o enezimo fiscal "o cara" do queijo de Minas...
o supervisor saira para jantar; desligara o celular...
como um furacão a feira virou de cabeça para baixo...
os fiscais dão perdidos...
atordoados...
desmoralizados...
deixaram os seus pontos escalados...
escala...
"Zacarias" e a lenda do fiscal fantasma...
morrera assassinado com inúmeras facadas...
todo ser humano é um cemitério de falhas...
boatos, inverdades, falação...
cercados por vinte mil feirantes, em um antigo terreno que já fora centro de detenção de menores condenados...
o sangue no chão evoca pedaços de átomos desprendidos...
apodrecidos...
subfantasmas, energéticos vampiros...
o jogo dos espíritos...
a lembrança uma praga astral, queima e se repete como
um "remake" no cérebro do supervisor, (...)
o paralelo vai aonde ele for...
juntar os fiscais e cumprir o horário...
na maior feira ao ar livre do mundo...
agem com força os agentes do outro mundo...
os ventos tomam um outro rumo...
coisas do outro mundo...
mais um poema oculto...
submundo...
"necro mundo" ...
"- Olha temos que cumprir o nosso horário, não podemos a cabeça abaixar... somos agentes do governo, e dessa -
sociedade, não fizemos nada de errado, então faremos a
nossa parte, se não iremos nos prejudicar... isso aqui é trabalho! (...) só sai quando for
liberado..."
- exclama o supervisor 77 um pouco exaltado...
mas sem ofender e sem palavras não adequadas...
a fiscalização lhe atendeu...
a morte morreu...
após a meia noite na feira de relógios, os mesmos trabalham ao contrário...
retornaram ao seu ponto todos...
já era madrugada...
"- Mas Izaque fica, é só uma determinação, é bem rápido..."
- Indaga o superior -
o fiscal retornou...
" Supervisor 77, (...) é o que?... fala! "
indaga ancioso o fiscal desconfiado...
AQUELE MINHA CARA LEITORA! o descontrolado...
a noite dos maus olhados...
" - Suba lá no terreno, e peça desculpas a aquela senhora do carrinho de milho, vá de imediato!"
subira o fiscal "xeleléu" meio sem intender e desconfiado.
não se sabe se a mesma o perdoou...
mas lhe falara a verdade ...
"tem gente que não se garante...
em uma noite de céu nublado...
" É bom tomar muito cuidado...
só brinque de sua cabeça para baixo... "
- falara a senhora baixinho mas com efase na "letra"...
já vem o dia...
é hora de ir embora...
sem mais delegacia, todos a salvo sem mais agonia...
só mais uma história que entra para o mito da fiscalização do governo...
"que volte três vezes tudo que me desejares, (...)
amém!!!
que assim seja! (...)
assim se faça! (...) "
no rodapé do relatório, em letras miúdas colocara.
AUTOR OCULTISTA:
/ O SUPERVISOR 77 /
EM: 13/08/2013/.
ás: 00h00min.
TERÇA FEIRA, manhã.
(sobre a maior feira ao ar livre do mundo).

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