O CONDOMÍNIO IranF. R. Bradock

(A guarda do Monte ou Caruaru Siber Punk)

- Pirata, oh! Pirata acabaram de assassinar Nego Pilantra, ex guarda do Monte, lá na esquina da fronteira.

" Um inútil, mas o condomínio não lhe devia nada... ".

- Hum... também não servia pra nada. Um peso morto! Traidor, desertor, - Disse teclando bem rápido em um micro computador de mão. Era o presidente do condomínio; Roberto Maquinário Pirata, - E continua: - Quem foi que matou?

- Foi um cara novato da barriga grande, lá da gangue trio do mal.

- Hum... o nome? (...)

- Riquinho neto do bandido Ricão, tá começando a roubar, inicio de carreira, porém tem uma coisa; quem rouba celular do grupo condomínio é ele. Pense! E quando os servos digitais não entrega dizem que o mesmo esfaqueia. Sem pena.

- Quer que eu aprique a punição? Pirata.
Interrompe Branco Tita, escorado bem no canto escuro da sala de reunião, calça social, coturno, cintos, fivelas, e engrenagens, óculos goggles sobre a cabeça. Fuzil adaptado para metralhadora.
Funcinheira de couro com detalhes de metal reluzente. Monitor líder da ( guarda do Monte ).

- Ainda não! - Retruca Roberto Maquinário,
Barba e bigodes grandes, cartola e óculos goggles, relógio de bolso niquilado. Um velho tapa olho marron.

- Eita! (...) Tem mais uma movimentação lá no centro agora! - Exclama Pirata, fitando as imagens do Centro da cidade. A fumaça densa esbranquiçada encobria o crepúsculo mágico de cada tarde, raro o fim de tarde sem a tal poluída névoa.

- É o que? Senhor. - Indaga curioso quanto um felino.

- Os noiados de novo, fazendo arrastão na avenida Rio branco. Estão arrombando as grades de ferro das lojas, olha lá no horizonte do filme, ainda antes de anoitecer, estão levando tudo das lojas em suas próprias mãos.

- To vendo nada não, só tem névoa nessa câmera. Como o senhor ver com apenas um olho.

- Faça o seu, apenas isso, quando você olha o dos outros, esquece o seu. É não é atoa que sou o Pirata.

- Hum...

- Já to vendo entre a horda de moradores de rua e viciados, o Granguena Pivete (noiado menor de quinze anos), magro, baixinho de olho Verde, óculos goggles feito com latinhas de alumínio de refrigerante. Cabelos amarelos ou amarelados.
Roupa esfarrapada com engrenagens e correntes finas, oxidadas com presilhas no cinto encardido descendo para os bolsos rasgados de sua calça Jeans bem suja e surrada. Estava lá no meio da massa de "Noias"
Também estou vendo, Petequinho, (segundo na hierarquia ou direção) da horda de 'noias'. - Disse Pirata levantado-se bruscamente e andando para lá e para cá.

" Esses malditos noiados e noiadas, o condomínio tem que encontrar o mais breve possível uma solução final para a extinção desse noias, tenho quase certeza que esse exército de noiados vão acabar invadindo o condomínio, todos e todas estão loucos para ter em mãos a caixa com a inteligência artificial " .

Pós terceira guerra mundial, caos na migração, o enfraquecimento, ( quase extinção) da moeda universal, a Guarda do Monte protegia não só o condomínio, que era um ajuntamento de dez quarteirões marcando um território que ia do parque Dezoito de Maio ao monte Bom Jesus e adjacências. Uma sala oculta, com arcustica. Dentro de uma tal de casa Rosa, ou Rosada, (antigo matadouro na época do campo de monta). Que detinha a caixa secreta de inteligência artificial; o Wi-Fi, acionada por satélite de onde escravizara os ditos zumbis ou servos digitais, (população viciada em redes sociais).

Sempre de cabeça baixa... os zumbis digitais, (de todas as idades), não tiram os olhos dos seus dispositivos móveis.
Assim alimentara a criminalidade, (pois furtar celular da marca; grupo condomínio, não era mais crime), usando o Wi-Fi (inteligência artifmóvelicial ao sair de suas residências, ( muitos nem residência tinham, mas possuíam um aparelho celular, tela de cinco polegadas.
Outros assim que retornam para os seus lares nas periferias... que volta e meia entravam em toque de recolher.

- Tais exercitando o dedo é? - Risos!

- Então - Retruca. - To namorando uma menina do Rio de Janeiro.

- Caramba! De novo?

- De novo oque?

- Tu não Tava com Ailza de Sampa?

- Tava mas ela pediu créditos aí eu não coloquei, aí ela me bloqueou. - Risos sem graça depois lágrimas no canto do olho.

Uma criança suja, (...) vaga sozinha descendo pela rua afora:

- Ei, seu moço! Tem uma moeda? - Pede estendendo o seu curto e fino braço com a sua suja mão espalmada para cima.

- Tem Não pirraia, se quiser arrumo comida, mas dinheiro não. - Retruca.

- Oxe! To passando fome não coroa, quero é grana. - Retruca a tal criança gesticulando e falando alto.

Quando mais de dez noiados surgem da escuridão de uma esquina:

- Bora coroa, perdesse! Perdesse! Doideira. - Exclama Um afrodescendente quase sem roupa puxando de uma só vez o celular.

Pós a guerra das guerras, cenário nuclear que deixara a velha/nova Caruaru deformada, agreste ao sul maldito, natureza morta, queimada, diferente, povoada, inchada, (e não era de cachaça). O eco sitema pra lá de degradado. Quase sem nenhuma água potável pois o condomínio havia manopolizado todo o sagrado líquido, devido ao poder do seu infindável mandato, o seu presidente, Roberto Maquinário; o Pirata.
Determina fitando as câmeras ocultas que monitoram toda a cidade e até o governo digital, que fora sitiado pela gangue dos punks do bairro do Salgado.

- Mande chamar Branco Tita! - Exclama Pirata
Tomando água potável, enquanto nas periferias já não se tomava mais água, e sim óleo vegetal. Que também era usado para tomar banho de quando e quando é fazer a comida do dia a dia.

- Diga Pirata! É o que?

- Como é que chama o Pirata?

- Senhor, desculpa! - Retruca.

- Depois que inventaram a desculpa ninguém quer mais errar, não é?
Silêncio matador...

Uma gigantesca insatisfação crescera a cada dia e noite principalmente em seus extremos, uma sociedade doente sob uma tecnologia anacrônica, os noiados da cidade e região haviam se organizado e isso já há anos, uma unificação espontânea. Aproveitando-se de uma estranha névoa, ( ou nunvem de poluição branca ) que a dias sempre pairava nos finais de tarde, esbranquiçado o vermelho do arrebol. Eram fortes, (os noiados unificados), quase implacáveis:

- É Petequinho, agente tá por cima, tem tanto noiado e noiada que quase lota duas ruas...

- Eita! Una cracolandia do agreste?

- Sim temos mais de mil viciados em "peda" só aqui agora, o papo é reto, - Disse Gangrena pivete. Lider da massa de noiados. Estavam em reunião da direção no residencial Alto do Moura quatro.

quando passavam pelo centro da cidade lá pela antiga rua da Matriz, ( avenida Rio Branco ), na altura do número trezentos, fazendo um místico arrastão, um odor supremo de grude e suor, tomava as narinas apavoradas, pelo terror colocado, desde o primeiro e único ataque dos cangaceiros malditos na capital do caos agrestino. Há quase cem anos atrás...
Ao bonde do bandido "Cemitério". Que chegava logo disparando inúmeros disparos de fuzis e metralhadora do país de Israel.

Dezembro... mês do papai Noel que agora fumava cigarro sem filtro do Paraguai, e bebia álcool em um recipiente de alumínio enrolado em couro com assessórios de engrenagens.
Na frente das lojas que possuiam grades tipo presídio.
Luzes de neons pela cidade a fora... o asfalto todo esburacado, os carros velozes sem respeitar ninguém e nada. Furavam a toda hora, a todo momento os semáforos que a tudo computavam, interligados a caixa do Wi-Fi,
Fotografavam As máquinas do futuro e mais tantas outras ainda de um retro passado atual.

As milícias tomaram o controle das periferias enquanto a Guarda do Monte, ( com pouco efetivo ) protegia o condomínio, que a cada dia sofria uma investida do bando do tal bandindo chamado de Cemitério.
Outras gangues, ( os caras do perfume ) vinda da capital marcavam território. Na terra dos avelozes podres.

Nessa gama um certo trio tinha o seu peso.
Caruaru poluída e nem um pouco arborizada.
Bandidos avulsos são triturados por outras gangues.

O exército de noiados, (que fumavam pedra na lata em pleno ar livre). Todo fim de tarde agiam como uma fétida horda de homens, mulheres, jovens e até crianças sujas, imundas. (...). Formando uma gama de motadores de rua, viadutos e praças abandonadas pelo governo local, digital, que davam os comandos dentro de uma redoma de vidro brindado, com esculturas " naw punks e siber punk, governo sitiado que se encontrara no coração do bairro Alto do Moura.
A sete quilômetros do marco zero da cidade dos mandacarus mortos. Caruaru de dois mil e lá vai chão... Noiados avulsos e artistas de rua trabalham, (dançam e fazem malabares), já outros só fazem pedir alguma grana aleatoriamente embaixo dos grandes semáforos ou computadores com inteligência artificial, (...) que tiravam fotografias não só dos transportes terrestres e flutuantes mas também um profundo raio-X dos corpos dos condutores sempre nervosos e atormentados pelo fantasma da violência sem freio, os agentes da cúpula do tal condomínio turbinaram a pedra crack. Colocaram outras químicas psicotrópicas e psicoativas na tal "pepita". Que viraram uma "bomba noiada".
Tão pequenina que muitas das vezes terminara não causando nenhuma overdose e sim explodindo as veias e fazos sanguíneos do coração e devastando o seu sistema nervoso central . Como um cupins roliços e esfomeados devoram a Madeira.

- Outra pedra de novo? - Indaga Riquinho antes de se tornar bandido.

- Sim! Só essa, - Retuca Bizonho fumando a pedra crack na lata.

-Eita olha ali um escravo digital. - Disse Bizonho ainda de cima do viaduto com as ferragens amostras e repletos de grafites um por cima do outro.

- Espera oia só isso.

- Beleza doidão.

O jovem magro descera lá do viaduto ainda com o gosto de Borracha nos lábios rachados e do nada dera um 'puxo-arranco' no celular telão e logo em segunda dera uma facada bem nas costelas do infeliz.
Sangue e pedidos de ajuda, mas ninguém veio em seu auxílio.
Sejam bem vindos a Caruaru de meados do século vinte e um.

- Queria ter grana pra morar lá no condomínio, todos por lá é que são realmente feliz.

- Pois é.

- É sim!

- Mas agente é fudido, a Guarda do Monte não deixa ninguém ao menos chegar na esquina. Que já atiram nas pernas

- É foda mesmo.

- Pois é, bota foda nisso.

- Olha consegui um trabalho.

- Aonde ?

- na Guarda do Monte.

- Vixe meus Deuses!

-É foi só oque apareceu.

- Nada bom! Vi dizer lá no café da boca maldita que o exército de noiados estão querendo invadir o condomínio.

- Eita! Acho que não!

-Certo ouvi só o zum... zum... zum... por aí afora. Tome cuidado, começa quando?

- Hum... hoje mesmo a noite, meu primeiro plantão. (...)
Certa madrugada todos e todas festejavam lá no condomínio, era mais uma festa fechada.
Vinho de barril barril cachaça artesanal ou de cabeça.
Muita carne de origem incerta e duvidosa, alguma rara verdura e outra mais ainda fruta.
Porém com bastante água potável... o chão de grama sintética encharcado. Vômito e camisinhas ali no canto da parede jogados.

Quando se dera aquela certa invasão.
Eram mais de mil noiados pelos muros subindo e no principal portão. Eles magros soldados do vício e do forte tráfico. Forçaram e forçaram até levar o tal portão abaixo.
Briga as cegas, na escuridão da madrugada, enquanto outros já fumavam pedra na lata.
Caruaru das noiadas almas.

" Eles vão destruir tudo aqui! Vão saquear e depois fumar aqui dentro do condomínio que eu construir com tanta visão e marktig ".
- Malditos! - Exclama Roberto Maquinário fitando e apertando

O pirata entrara por uma porta falsa e desaparecera pelo túnel das almas...

- Vamos Achar e abrir a caixa do Wi-Fi e liberar pra o povo! - Exclama Peteco, noiados líder, com um facão na não e um cigarro na outra.

Gritos Gerais... cachimbos de metal para o alto...
Tiros da Guarda e correria, explosões...
Já no bairro do Alto Moura, os punks do bairro do Salgado estouraram com dinamite a cúpula do governo digital.

- Mas não tem ninguém aqui! Só máquinas, computadores, controles... mas nenhum ser humano... pode tocar fogo em tudo! Gaspar.
Disse Josué líder dos siber Punks do Salgado.

Fogo na sede sitiada do ex governo haitec.

Já no condomínio...
Graguena Pivete achara a caixa do Wi-Fi.
Pedira para o exército de noias arrombar a tal caixa metálica. ( Mas eram uma horda de franzinos e desnutridos noiados) passaram um bom tempo nessa árdua missão.

" Merda! Não tem nada aqui dentro ".

Não encontra mais nada...

A inteligência virtual, ou artificial ( o Wi-Fi ) fugara.
Estava livre e agora com consciência própria.
Pelos fios ou cabos criara vida própria.
Solta por ai na velha/nova Caruaru siber punk afora.

Outra gangue aterroriza a praça do Rosário velho, nas imediações da igreja de mesmo nome, eram os travestis amputados.
Levara tudo de quem ousasse fazer um.casual programa de fim de noite, (...) sem sexo e sem dinheiro, mas das vezes sem roupa alguma no próprio corpo. Levara até as cuecas com marca de fezes no fundo. (rastro de freio).
Lá no alto do monte aquele despota ser usando um sobretudo negro, óculos redondo a combinar com o formato do seu enrugado rosto de mal.

- O condomínio é o melhor lugar do mundo.
Disse Roberto Maquinário fitando as sucatas das antenas do Monte Bom Jesus bombardeadas ainda pela frente da terceira guerra mundial. O estádio do time da cidade em ruínas. Tipo o coliseu em Roma no pais da Itália.

- Nem tanto seu verme, agora sou eu que comando a essa cidade Naw punk. - Disse uma voz metálica ou robotizada desenvolvendo a sua própria linguagem...

- Quem é que tá ai?
Os controles do seu antebraço direito ascende e os seus botões teclam sozinhos...
O pirata fora golpeado pelo seu próprio braço.

" Malditos inteligência digital! Maldita hora resolvi criar ".

- Por isso que Deus criou o homem e não as máquinas. - Exclama aos quatro ventos quente como fogo.

A sua Guarda esfacelada, perdera mais de oitenta por cento de imediato. Outras guengues juntaram-se ao exército de noias ou noiados.

- Branco Tita pode aplicar a punição a todos o insurgentes! - Disse Roberto Maquinário meio que entrando em surto psicótico.

- Branco não existe mais, - Retruca aquela robótica voz pelos cabos e eletrônicos que restaram: - Morreu nos portões do condomínio, levara um tiro de doze adaptada... agora é parte da classe das perdidas almas robotizadas.
Risos eletrônicos! (...)

- Quem tá aí? Apareça! Vamos ou tem medo?
Indaga temendo o nada. A temperatura bruscamente baixara, uma sombra digital saíra do interior de um monitor quebrado. Formando uma maligna presença em terceira dimensão.
Como um lobo pula em cima de uma presa, com a velocidade da luz lhe atacara.

- Socorro! Me ajudem! É uma ordem! - Exclama
socando o ar.

Fumaça negra no horizonte... automóveis em má condições, jovens, (garotos e garotas com óculos goggle e engrenagens ) andam de skate flutuante.
Motocicletas de apenas um roda vão e vem em meio ao caos urbano. No sul do agreste do estado de Pernambuco.

Mais outra gangue o centro da cidade saqueara.
Vinham empunhando fortes armas também adaptadas em cima de carroças arcaicas com burros mineiros híbridos com máquinas ou mecanismos, tinham pernas mecânicas. Eram os punks do Salgado que acabara de retornar do bairro Alto do Moura, (...).

- Derrubamos o governo digital! Fora!!! Anarquia!! - Grita para todos e todas escutarem.

Caruaru na criminalidade ardera. O céu poluído, o rio já há muito falecido. O povo sem fé ou esperança chora óleo diesil.

OS FANTASMAS
o caixeiro viajanteo