20/07/18

Sai resultado do 13º Concurso do Patrimônio Vivo de Pernambuco


Seis novos Patrimônios Vivos foram eleitos nesta quarta-feira, 18 de julho, por meio do 13º Concurso do Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco. São eles: Gonzaga de Garanhuns (reisado) no qual foi um dos vencedores do Prêmio Culturas Populares – Leandro Gomes de Barros realizado pelo Ministério da Cultura, Mestre Zé de Bibi (cavalo marinho), Cavalo-Marinho Estrela de Ouro (cavalo marinho), Cristina Andrade (ciranda, pastoril, urso), Banda Musical Saboeira (banda filarmônica), e Casa de Xambá (organização religiosa). A eleição dos mestres e dos grupos aconteceu na sede do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC), e, com os novos eleitos, Pernambuco agora conta com 57 titulados.

PLEITO – A eleição dos Patrimônios Vivos é composta por várias etapas. Após o período de inscrição, os candidatos passam pela fase de análise documental. Uma vez habilitados, os nome dos inscritos seguem para a Comissão de Análise, que analisa se as candidaturas cumprem os critérios estabelecidos na Lei 12.196/2002 (Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco), como relevância cultural e transmissão de saberes. Nessa edição, 59 mestres e mestras da cultura pernambucana defenderam suas candidaturas em uma série de audiências públicas promovidas pelo CEPPC (órgão responsável pela outorga do título), no antigo Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

A titulação será entregue no próximo dia 17/8 (Dia Nacional do Patrimônio Histórico), durante a 11ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco.

Confira um breve histórico dos eleitos:


Gonzaga de Garanhuns 
No ano que completará 75 anos, Seu Gonzaga de Garanhuns torna-se Patrimônio Vivo de Pernambuco, como um dos ícones do Reisado e da literatura de cordel. Na primeira expressão, que atua desde sua infância, vem ativamente participando do processo de apropriação, difusão e transmissão de saberes, por ininterruptos 63 anos de atividades. Na produção literária atua desde a década de 1970, quando lançou seu primeiro cordel, intitulado “Lampião em Serrinha” (1973). Também é autor e referência de obras sobre a cultura da cidade de Garanhuns. É membro da Academia de Letras do município e reconhecido e premiado mestre do Reisado pernambucano. 
(Foto: Fer Veríssimo/Fundarpe/Secult-PE)
 

Cavalo-Marinho 
Estrela de Ouro de Condado O Cavalo-Marinho Estrela de Ouro de Condado tem uma história que se confunde com a história de vida da família do mestre Biu Alexandre. O Mestre atua desde os 12/13 anos de idade na brincadeira que herdou de seu pai, o também mestre Pedro de Quina. O grupo Estrela de Ouro foi fundado em 31/07/1979. Toda a família vem mantendo a brincadeira há quatro gerações. Nesse sentido, existe como elementos básicos para transmissão de saberes e fazeres a observação, a participação e reprodução das falas, cantigas e encenações das figuras vivenciadas ativamente pelos integrantes. O grupo possui sede própria e utiliza o espaço como escola de tradição popular, intitulado: “Centro Àgora de Tradição e Criação”, além de forte atuação em diferentes projetos artísticos que também ajudam na preservação e difusão da expressão cultural. (Foto: Jan Ribeiro/Fundarpe/Secult-PE)
 

Maria Cristina de Andrade 
(Cristina Andrade) Representante das manifestações da cultura popular como a ciranda, o pastoril, o urso de Carnaval, a Bandeira de São João, a Lapinha, dentre outras, Cristina Andrade desde criança está ligada à cultura pernambucana. Aos seis anos de idade, começou a dançar pastoril, no bairro do Alto do Pascoal/Recife. Sua mãe teve forte influência para sua interação na cultura popular. Conhecida como Dona Dengosa, a mãe da candidata criou, em 1958, o Pastoril Estrela Brilhante e, dez anos mais tarde, a Ciranda Dengosa, da qual Cristina posteriormente se tornou mestra cirandeira. Cristina também se tornou cantora e organizadora dos corais dos blocos: Após Fun, Bloco do Amor, Diversional da Torre e Urso Cangaçá, colecionando diversos títulos em todos os folguedos que participa. Do mesmo modo, também tem preservado e transmitido seus valores para filhos, netos e bisnetos. Aos 71 anos de idade, a mestra cirandeira e carnavalesca é reconhecida como uma grande liderança dos folguedos. (Foto: Jan Ribeiro/Fundarpe/Secult-PE)
 

Sociedade 12 de Outubro (Banda Saboeira) Banda Saboeira, de Goiana, é a segunda mais antiga do Brasil em atividades, com 169 anos ininterruptos de história. É uma entidade reconhecida no Estado, uma referência para a cultura musical de bandas da Zona da Mata Norte. Tem vasta experiência de atuação com a comunidade, formando jovens, transformando-os em músicos profissionais dos mais diversos instrumentos musicais, projetando talentos da música para todo o Estado. Sua atuação contribui diretamente para a preservação das expressões artístico-culturais do universo da música. (Foto: Jan Ribeiro/Fundarpe/Secult-PE)



Organização Religiosa Africana Santa Bárbara Nação Xambá (Casa Xambá)
Nos seus 88 anos de existência, a Nação Xambá modelou o crescimento da comunidade do Quilombo do Portão do Gelo, através de suas ações religiosas (cultos aos orixás de matriz africana) e de suas ações mais representativas como Coco da Xambá, Memorial Severina Paraíso, Afoxé Ylê Xambá, polo afro-carnavalesco, Grupo Bongar, centro cultural bongar, biblioteca xambá, cursos profissionalizantes e campanhas de saúde em geral. Estas ações ajudaram a demarcar o território da Casa Xambá como o primeiro quilombo urbano do norte-nordeste. A importância desta Casa é referendada por ser o único espaço na América Latina de culto xambá, ou seja, temos vários terreiros nagôs, jejes, mas, Xambá, temos apenas o terreiro Santa Bárbara, localizada no Quilombo do Portão do Gelo. Por toda sua história, ações e singularidade, a Nação Xambá se configura hoje como grande guardiã de parte do imaginário afro-brasileiro.


José Evangelista de Carvalho (Mestre Zé de Bibi)
Representante da cultural do Cavalo-Marinho e do Mamulengo, Mestre Zé de Bibi celebra sua arte há mais de 50 anos. Segundo carta de recomendação do IPHAN, o mestre destaca-se por: manter o Sítio Histórico e Museu do Cavalo-Marinho em Glória do Goitá; foi vencedor do Prêmio Culturas Populares, do MinC, em 2007; detém o título de Construtor da Cultura pelo Conselho de Cultural da Cidade de Recife; conquistou o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade do MINC/IPHAN, no ano de 2009, na categoria salvaguarda de bens de natureza imaterial. A solicitação para sambadas, os convites para participação em eventos em vários municípios, formações, concursos e a manutenção são ações pioneiras de um Museu voltado à difusão do Cavalo-Marinho que estão sob sua responsabilidade.

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