11/12/18

A Esperança tece a linha do horizonte. por Ailza Trajano

Essa frase não é minha, mas é com ela que começo meu texto sobre esperança, a frase pertence a cantora Flávia Wenceslau, onde muitas vezes tenho ido beber das canções para restaurar as dores da alma, dos cansaços que a estrada nos coloca a cada caminhada.

Mas, como falar sobre esperança quando a tempestade se apresenta tão fortemente?, quando ao olhar o mundo ao redor vislumbramos tantos mais dores que sorrisos?, há uma espécie de tristeza espalhada nos ares dos quatro cantos do mundo. Então, como olhar o horizonte e ver a luz da esperança? É justamente ao despojarmos todas as dores, todos os lamentos e choros, que encontramos a força que nos move, restaurando nossos horizontes apontando a saída à partir do nosso querer mudar, do nosso levantar e andar novamente.

Não há como falar em ter esperança sem alimentar o espiritual, sem olhar pra o amor divino em cada um de nós, não há como restaurar as forças se não nos lembrarmos de tantas passagens de muitas mulheres e homens na caminhada em busca do amor ao próximo pregado pelo Cristo.

Mas, somos um povo diverso, professamos tantos credos, conseguimos ver o divino de tantas formas, e a busca é sempre a mesma, um mundo melhor regido por amor e igualdade para todas e todos, e seguimos nas nossas tantas formas de ver um caminho de esperança.

As buscas são sempre intensas, mudar é sempre uma constante na humanidade, foi assim no transcorrer de toda história, mulheres e homens nas suas trilhas de buscas querendo viver o melhor, e o amor é sempre mais que toda e qualquer busca, foram essas as lições ensinadas pelo Cristo nas suas andanças pelo mundo, “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”, é também esse o sentido dos ensinamento de Buda, “Aqueles que estão livres de pensamentos rancorosos certamente encontram a paz,” de Gandhi “Jesus foi talvez quem ofereceu mais resistência ativa, em toda a história. Foi a não-violência por excelência”.

É assim o buscar da esperança em tantas formas de crer, com Deus Iave, Jesus Cristo, Buda, Gandhi, Krishna, Olorúm, Oxalá, Oyá, Oxum, Ogum, Xangô, ou qualquer outro formato da divindade que preenche nossas almas e mentes, mas, o texto não é sobre religiões, embora alguns ao se depararem com as citações divinas possam questionar.

O texto é sobre esperança, e se olharmos as tantas formas de fé que todos e todas temos, vamos perceber que o caminho apontado é sempre o mesmo, o amor entre as pessoas, o cuidar, o perdoar, o semear o bem e o bom na vida, eis que esse é o formato de fazer nascer a esperança a cada segundo.

A esperança, assim como diz a canção seguirá tecendo a linha do horizonte, e continuará abrindo os olhares de amor, os sorrisos soltos nas alegrias diversas, nos acolhimentos onde o amor jamais deixou de ir, nos corações estará sempre uma pontinha dessa semente que mesmo quando em alguns momentos pareça não germinar, ela vem e surge firme, forte, trazendo a cada manhã a renovação das forças nas buscas pelo bem e o bom, onde houver um olhar ávido do querer o bem, ali estará a esperança!

Namastê

Ailza Trajano
Produtora Cultural
Coordenadora da União Brasileira de Mulheres-Agreste, Pernambuco.

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