“me diga, a rosa está nua
ou tem apenas esse vestido?
ou tem apenas esse vestido?
por que as árvores escondem
o esplendor de suas raízes?
o esplendor de suas raízes?
por que choram tanto as nuvens
e cada vez são mais alegres?
e cada vez são mais alegres?
o que ainda paga o outono
com tanta nota amarela?
com tanta nota amarela?
as lágrimas que não choramos
esperam em pequenos lagos?
esperam em pequenos lagos?
que distância em metros redondos
há entre o sol e as laranjas?
há entre o sol e as laranjas?
e o mar não está emprestado
à terra por curto prazo?
à terra por curto prazo?
não teremos que devolvê-lo
com suas marés à lua?
com suas marés à lua?
canta a terra como um grilo
em meio à música celeste?
em meio à música celeste?
não será nossa vida um túnel
entre duas vagas claridades?
entre duas vagas claridades?
ou não será uma claridade
entre dois triângulos escuros?
entre dois triângulos escuros?
a quem posso perguntar
que vim fazer nesse mundo?”
que vim fazer nesse mundo?”
(Pablo Neruda em O Livro das Perguntas
Tradução de Ferreira Gullar.)
Tradução de Ferreira Gullar.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário