A advogada, mulher negra, esperava uma cliente em frente à delegacia, quando já quase na porta foi abordada com grosseria e discriminação pelo delegado Osias Tibúrcio Fernandes de Melo. O policial pediu a identificação da advogada e após ter apresentado a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil, Osias quis reter o documento. Ante a negativa de Anna Cristina, o delegado arrastou-a pelo braço e a deteve por mais de seis horas, sem autorização nem para ir ao banheiro.
A abordagem policial desarrazoada, desnecessária e desproporcional configura um flagrante caso de racismo, além de violar as prerrogativas legais de proteção ao exercício profissional da advocacia.
Por ser negra, a advogada foi vista como suspeita e pela mesma razão foi presa, sem qualquer provas ou razão cabível. É assim que opera o racismo institucional, que marca as pessoas negras pelo estereótipo de subalternidade, não aceitando que uma mulher negra possa transitar com autoridade em alguns espaços.
O lamentável episódio de ontem se soma a uma extensa lista de casos semelhantes e cotidianos de racismo cometidos pelo Estado. Não vamos tolerar que a violência policial seja naturalizada como procedimento de rotina. Exigimos uma rigorosa investigação sobre o caso, para que atitudes como esta sejam responsabilizadas, com respostas concretas à sociedade e uma postura institucional adequada a um Estado que deve rechaçar qualquer prática racista.
Um comentário:
Nojo!
Vergonha!
Repúdio dessas ações nojentas e de violação da dignidade da pessoa humana!
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