Em meio à campanha Janeiro Branco, voltada para os
cuidados com a saúde mental, Jénerson Alves entrevista o psicólogo Liszt
Rangel, um dos mais conceituados do país, que realiza palestras e oficinas
tanto no Brasil quanto no exterior. Além
de psicólogo com atuação clínica, Rangel é jornalista, escritor e
historiador com pesquisas acerca das Civilizações Antigas. Na condição de
escritor, já publicou 10 livros, a exemplo de ‘Entre o ciúme e o amor’ e
‘Pensando com o coração – a influência das emoções em sua saúde’.
Levantamentos
da Organização Mundial de Saúde (OMS) dão conta que o Brasil apresenta o maior
número de pessoas com transtorno de ansiedade do mundo. Quais fatores são
responsáveis por esse índice?
Divulgação- Créditos - Pautar Comunicação e Imprensa |
São inúmeros os fatores que cooperam com esses
quadros psicopatológicos, em especial no que você me pergunta a respeito do
transtorno de ansiedade no mundo. Freud, já no século XIX, dizia que,
simplesmente pelo fato de o homem estar na Terra será levado a experimentar uma
angústia. Hoje, nós sabemos que a angústia é um dos sintomas da ansiedade. Quem
nunca sentiu aquele nó na garganta? Um aperto no peito? Uma pressão acima do
tórax? Um aperto no coração? Muitas vezes, esses são sintomas neurofisiológicos
de um estado afetivo chamado angústia. Então, o paciente com transtorno de
ansiedade generalizada pode desenvolver vários sintomas, inclusive um muito
frequente – o sintoma físico da taquicardia, da sudorese abundante, da confusão
mental, da falta de concentração, mania de perseguição, sentir-se vigiado pelo
outro, instabilidade do humor, oscilação no próprio humor e irritabilidade
encontrada facilmente nas palavras ou nas ações. Os fatores responsáveis por
esse índice alarmante de transtorno de ansiedade no mundo se dão primeiro por
fatores exógenos – ameaças de guerras e extermínio por vírus e bactérias,
instabilidade sócio-econômica, falta de segurança nas ruas, descrença para com
os poderes políticos e governamentais e até mesmo com o poder judiciário.
Enfim, há toda uma ansiedade que gera o sintoma de uma neurose de angústia.
Também há fatores endógenos, que são fatores internos, responsáveis também pelo
desencadeamento desse quadro do transtorno de ansiedade generalizada. É bom
observar que a ansiedade comum é aquela que se tem antes de uma palestra, antes
de conhecer os pais da namorada, antes de fazer uma prova ou submeter-se a uma
entrevista de emprego. Porém, a ansiedade, no sentido patológico, faz a pessoa
desenvolver uma preocupação crônica. É nessa cronicidade que se instala a
doença, o transtorno da ansiedade generalizada. Então, os fatores endógenos são
encontrados no psiquismo do indivíduo, no vazio existencial, na perda de
identidade, na falta de foco diante das questões profissionais, na angústia que
o faz ficar volitando, sem encontrar seu próprio lugar e afastando-se cada vez
mais da sua realidade e da sua identidade psíquica.
Há
um versículo bíblico que afirma: “Porque, como imaginou na sua alma, assim é”
(Pv 23:7). Em outras palavras, a linha de pensamento adotada por uma pessoa
definirá os rumos que sua vida seguirá. O senhor concorda com esse ponto de
vista? Se sim, de que maneira as pessoas podem preencher a mente de forma que
venham a se libertar da ansiedade?
Sim. Esse é um provérbio bem interessante, que pode
ser aplicado de forma interpretativa nos dias atuais. Acredito que tudo começa
nos pensamentos. E acredito nisso não pela fé, mas pela convicção de quem
acompanha pacientes portadores de ansiedade generalizada. O núcleo de
preocupação crônica faz com que se desenvolvam sintomas neurofisiológicos. Ou
seja, como Buda costumava dizer: “A mente do homem é como um macaco louco, que
salta de galho em galho na área da razão”. Então, essa inquietação mental
determina a perspectiva de vida ou a perspectiva de morte do paciente. Isso foi
descoberto, inclusive, em campo de batalha. Durante a Guerra do Vietnã, os
médicos – que ainda não haviam descoberto o poder da endorfina – descobriram,
através de combatentes norte-americanos, que pisavam em minas. O primeiro que
pisava na mina morria, os que estavam em torno tinham um pedaço do pé amputado,
ou do braço, um dedo decepado. Os médicos perceberam uma coisa: aqueles que
tinham perdido um braço e recebiam pouca morfina logo alegavam que a dor havia
passado, mas aquele que havia perdido apenas um dedo polegar e aplicavam muita
morfina nele, e ele não parava de reclamar da dor nem de chorar. Anos mais
tarde, investigando esses combatentes, foi descoberta a atitude mental deles.
Quem havia perdido uma perna ou um braço pensava imediatamente: “Para mim, a
guerra acabou. Vou voltar para o meu país como herói de guerra, receber um bom
salário na aposentadoria, vou rever minha mulher e meus filhos”. Isso se chama
perspectiva de vida. Porém, aquele pobre soldado que só havia perdido um dedo
pensava desta forma: “Que desgraça! Vão me mandar para o alojamento, serei
tratado por uma semana. Depois de sete dias, vão me ensinar a atirar mesmo com
o dedo suturado ou não, com a mão doente ou com a mão boa, que ainda me resta.
Vou voltar para a guerra e, provavelmente, em menos de duas semanas, eu vou
morrer”. Eles descobriram que não adiantava aplicar muita morfina, porque o
indivíduo estava com perspectiva de morte, devido ao alto estado de angústia,
de ansiedade. Foi a partir da década de 1960 que os cientistas passaram a
descobrir o poder da mente ao produzir a endorfina, gerando um bem-estar
psíquico e também um bem-estar físico.
Casos
de depressão também têm sido crescentes em todo o mundo. Há um vazio na
atualidade, conduzindo as pessoas a tão tenebroso pântano?
Sim. Os índices são alarmantes em torno da
depressão. Estima-se que 16% da população mundial já teve, pelo menos, um episódio
de depressão. Daqui para o ano 2020, a depressão será a segunda doença que irá
mais matar gente, pois as doenças cardíacas ainda ocupam o primeiro lugar. Isso
se explica, também, por fatores externos – condições de desenvolvimento social
em países subdesenvolvidos, onde o indivíduo não dispõe de uma melhor qualidade
de vida, mas também se descobriu que países como a Noruega, a Dinamarca, a
Suécia e o Japão, os indivíduos também apresentam um vazio existencial. Isso
seria, à primeira vista, uma contradição, porque eles conquistaram tudo,
socialmente falando. Eles têm segurança nas ruas, têm poderes executivo,
legislativo e judiciário que funcionam, ganham bem, têm casa, família, amigos.
Então, por que eles têm depressão? Por que esses são os países que mais se
destacam nos índices de suicídio? Porque eles esqueceram que, além de se
realizarem pessoalmente e profissionalmente, o principal é transcender,
esqueceram-se de saírem de si mesmos em busca do outro, para servirem de pontes
e utilizarem do conhecimento adquirido para oferecerem uma palavra de consolo,
um abraço afetuoso, fazer companhia a quem está doente em um hospital. Eles se
esqueceram da autotranscendência. Uma psicóloga de Nova Iorque descobriu que
uma das terapias mais adequadas, ao lado da psicoterapia, da terapia
medicamentosa – receitada pelo psiquiatra – é o indivíduo aprender a servir, a
transcender. Essa psicóloga nova-iorquina verificou que pessoas que têm o
exercício de exercer a caridade – e não a exercem em troca de algo, mas gostam
de ajudar os outros – saem mais facilmente do quadro depressivo.
É
possível constatar feridas nas almas de muitas (se não todas) pessoas que nos
rodeiam. O que me parece é que, de alguma forma, a vida – pessoas que amamos,
colegas, circunstâncias – poderá produzir mazelas dentro de nós. Na
praticamente impossibilidade de não termos feridas na alma, a solução para
encontrar a cura seria aprender a lidar com elas? De que maneira isso é
possível?
No Budismo, há um ensinamento voltado para o
sofrimento, que é o resultado das nossas relações interpessoais. Vejamos que
para nascer na Terra, se não tomamos vacinas portadoras de anticorpos para
doenças fatais, implica dizer que nós, em poucos meses de vida, poderemos até
morrer. Conviver uns com os outros é uma arte, e exige respeito, confiança e
solidariedade, porque o homem é um animal racional e social. Ele não consegue
sobreviver isolando-se, tanto é que todos nós, de uma certa maneira, dependemos
uns dos outros. A sociedade já imaginou o dia em que nós não tivermos mais os
chamados garis, os que limpam as ruas da falta de educação dos transeuntes que
não jogam o lixo no lixo? Imaginem se esse lixo ficasse amontoado, sem ser
levado para nenhum local? Nós já teríamos sofrido muitas epidemias, inúmeras
doenças, entre elas a volta avassaladora da hanseníase!
Então, não há independência total. Esse é um estado
de idealização. Não há uma autonomia completa. Todos, para crescermos,
dependemos, de certa forma, uns dos outros. Quando nascemos, tão vulneráveis
que estávamos, dependemos do olhar da figura materna, paterna, ou daqueles que
nos educaram. Foi através do olhar do outro que nós crescemos e de seres
desejados pelo olhar do outro passamos a ser seres desejantes. No desejo
encontra-se o movimento da vida. O problema, portanto, não é o desejo, mas o
que desejamos, que pode nos trazer um bem-estar ou um mal-estar psíquico.
Essas feridas na alma são importantíssimas, desde
que tentemos trabalhá-las ao ponto de elas se tornarem cicatrizes, que
mostrarão não apenas o quanto vivemos, mas como vivemos. Quem tem feridas na
alma, sabe que as tem; então, não é preciso ninguém estar apontando o defeito
de ninguém. Imagine uma pessoa com o braço quebrado e outra dizendo: “Olhe o
móvel, aí, para não bater o braço quebrado, olhe a mesa, olhe o sofá...” Não! A
pessoa está com o braço quebrado. Ela sabe. Mas há pessoas que têm suas feridas
na alma e, para não se mostrarem fracas, erguem os chamados mecanismos de
defesa. Sendo assim, jamais tratarão suas feridas e terão mais facilidade em
observar as feridas dos outros do que as suas próprias.
Todos nós, naturalmente, iremos nos marcar – em
família, na escola, no trabalho. Essas marcam definem nossa identidade e nossa
personalidade. Elas ajudam a construir quem somos, o que não implica dizer que
somos pessoas acabadas, porque nós podemos ressignificar feridas, aprender com
as dores, aprender a mensagem e o sentido do sofrimento em nossa vida, porque
ninguém sofre abandonado por Deus, ninguém sofre por acaso ou por falta de
sorte, muito menos pela presença do azar. Há um sentido para a dor, assim como
há um sentido para essas feridas. Vejamos os casos das pessoas que foram
vítimas do tsunami e saíram muito mais fortalecidas, ou das pessoas que foram
vítimas do rompimento da barragem de Mariana-MG, que hoje se revelam muito mais
resilientes! Vejamos os relatos de pessoas que sofreram maus tratos na infância
e hoje são excelentes pais e mães e não transferiram para os filhos as suas
feridas morais, porque aprenderam a ressignificá-las e ficaram conscientes que
não poderiam gerar uma bola de neve nem tornar seus filhos vítimas dessa
herança maldita a que todos – ou quase todos – fomos submetidos.
Em
algumas músicas e obras literárias/televisivas, o amor é apresentado como um
sentimento controverso, egoísta, unicamente biológico e obsessivo. Na sua
opinião, existem equívocos no que costuma se conceber como “amor”? Esse tipo de
engano pode ser nocivo?
O amor, em nossa sociedade, ainda é pouco apreciado
por ser muito ignorado e pouco compreendido. Recebemos a conceituação do amor,
em primeiro momento, da família – que a recebeu da religião, em especial do
Cristianismo. O Cristianismo ensina que Deus é amor incondicional, mas quando
lemos a Bíblia, vemos que Ele não é tão incondicional assim, porque Ele se
arrepende de ter criado o homem e resolve destruir um planeta inteiro através
da água, escolhendo apenas uma família para repovoar o mundo. Ele, antes disso,
cria o mundo e coloca um homem e uma mulher para desfrutar do melhor do Éden,
mas quando o casal contraria Sua vontade e toca na árvore do conhecimento, Deus
resolve expulsar o casal do bem-bom do paraíso.
Então, vejamos que desde as tradições judaicas,
recebemos no nosso inconsciente coletivo, aqui no Ocidente, essa crença de que
quem ama maltrata. Quem ama exclui. Quem ama humilha, agride e quem ama pode
até matar. Então, isso não é amor.
Vejo pessoas que chegam ao escritório dizendo que
estão sofrendo por causa do amor. Mas elas percebem, através da terapia, que
estão sofrendo porque não estão sendo correspondidas – algumas vezes – no ego,
nos caprichos que não serão mais atendidos. Estão sofrendo pelos sentimentos de
rejeição, de menos valia, porque o amor, por si só, pacifica. Tanto é que,
quando estamos amando, cantamos com os pássaros, conversamos até com os animais
na rua. As pessoas acham que estamos loucas. Veja o quanto o amor inunda o
cérebro de endorfina, de serotonina, de noradrenalina, hormônios necessários ao
bem-estar.
Porém, vemos pessoas sendo amadas, mas que continuam
infelizes, porque o homem (no sentido geral, homem e mulher) hoje vai para uma
relação amorosa desejando ser amados, que os façam felizes, mas poucos se
dispõem a ir a uma relação para amar e fazer feliz. O mais interessante é que
quando o ser amado vai embora de nossa vida, nós – que amamos – sofremos, é
claro, pois gostaríamos de ter aquele sorriso e aquela companhia ao nosso lado.
Mas nós voltamos a ser felizes, porque nós não damos amor, nós compartilhamos
amor. Então, nós compartilhamos com ele ou com ela. E infelizes são aqueles que
não souberam amar quando foram amados, mas nós que amamos voltamos a ser
felizes, pois é do amor fazer feliz e não adoecer ou humilhar nem machucar.
O
senhor também é um estudioso do Jesus Histórico e do Cristianismo Primitivo.
Sabe-se que, além dos registros dos evangelhos, Cristo é mencionado em outros
documentos históricos, a exemplo de autores como Flávio Josefo, Tácito e
Suetônio. A partir da história de Jesus de Nazaré, existem possibilidades de
encontrar lições e exemplos e aplicá-los em nossa vida, no intuito de
desenvolvermos uma mentalidade moderada e disciplinada?
Eu diria que, após pouco mais de 17 anos voltados
para os estudos do Jesus Histórico, posso afirmar que Jesus de Nazaré é muito
mais conhecido nas universidades do que entre os próprios cristãos. Isso porque
nós passamos a seguir um mito crucificado, morto, ensanguentado, cujo olhar se
volta para um ponto abstrato e seu olhar está sempre depressivo, enquanto que o
verdadeiro homem de Nazaré era altivo. Apesar de humilde, era autoconfiante.
Sabia lidar com pessoas de todas as classes sociais. Foi entrevistado por um
procurador de Roma, que era prefeito de Jerusalém, à época, e conviveu com
pescadores ignorantes, como Pedro.
Jesus de Nazaré é um exemplo a ser seguido, mas não
é o único caminho para a humanidade encontrar a paz. Caso contrário, estaríamos
impondo a outros povos, com outras culturas, formados por outras religiões,
como o Hinduísmo, o Judaísmo, o Budismo, impondo o Cristo Salvador da
humanidade pecadora. Ou seja, quem não conhecer a Cristo não conhecerá jamais o
amor, muito menos a salvação. Interessante é que existem ateus que amam muito
mais do que muitos cristãos. Há ateus com condutas retas, que não são
hipócritas como muitos cristãos. Então, a questão não está no rótulo, mas na
compreensão do sentido da mensagem deste Homem de Nazaré, que seu nome original
é conhecido como Yeshua, filho de Miriã e Yousseff.
Sim. Há poucos documentos a respeito de Jesus de
Nazaré e, mesmo os poucos, não são tão confiáveis. Até mesmo os registros de
Flávio Josefo foram adulterados e manipulados por interesses dos cristãos
católicos. Para termos uma ideia, apenas 10% – esse é um dado estatístico, que
foi levado a essa conclusão após 32 anos de pesquisas de teólogos, exegetas,
biblistas – do que se encontra no Novo Testamento é, realmente, em mensagem e
atitudes pertencente ao Homem de Nazaré. Menos de 10%. Isso implica dizer que mais
de 90% do que se diz a respeito do que Ele falou e fez, na verdade, Ele não fez
e nem falou. São enxertos, adulterações, manipulações.
Você poderia, então, me perguntar: “Mas, menos de
10%? É pouca coisa!” Os especialistas acreditam que esses menos de 10%, que é
original de Jesus, encontram-se no Sermão do Monte. Talvez tenha sido por isso
que Mahatma Gandhi, já naquela época, teria dito que se todos os livros sacros
da humanidade fossem queimados e restasse apenas o Sermão do Monte, nada
estaria perdido. E ele não era cristão. E compreendeu muito mais a mensagem de
Jesus de Nazaré do que muitos cristãos.
Então, se pelo menos tirarmos do Sermão do Monte o
código de ética, de princípios morais capazes de transformar uma sociedade
intrinsecamente, de dentro para fora, não de fora para dentro. Seria capaz de
curar o homem de suas mazelas espirituais, de seus dissabores morais, de suas
desilusões amorosas e elevá-lo do patamar material para o nível espiritual.
Porque, segundo o próprio Jesus de Nazaré, o reino que Ele vinha apresentar aos
Seus ouvintes não estava neste mundo. Ele pode até começar neste, mas não está
aqui. Este reino, segundo Ele, estaria, ou seria encontrado, dentro de cada um
de nós.
Que
mensagem você gostaria de deixar para os leitores do Blog do Paulo Nailson?
Agradeço aos amigos do blog e desejo um ano de 2018
repleto de oportunidades aos leitores. Ainda que nos faltem essas
oportunidades, saibamos aproveitar as faltas, pois elas são profundamente
motivadoras para o nosso crescimento. Se nós não estivéssemos enfrentando uma
grande crise neste país, não estaríamos vendo tantas mudanças sendo operadas
para uma melhor qualidade de vida. Aquela família que experimentou falta de
emprego descobriu um talento na costura ou na culinária e, depois de algum
tempo, montou uma loja de moda ou abriu um restaurante. O que trouxe sucesso a
essas pessoas não foi a oportunidade, mas a oportunidade se apresentou através
da falta. Então, que este ano não seja somente rico de oportunidades, mas
também de faltas para o nosso crescimento. Um forte abraço em todos os
leitores! Muito obrigado pela atenção.
Um comentário:
Excelente!!!
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