11/04/18

O cordel está cada vez mais vivo e mais forte!



Há algumas décadas, os jornais prenunciavam o falecimento da literatura de cordel. Diziam que a televisão e o rádio sepultariam uma das mais ricas expressões do povo brasileiro. Oriunda da escola literária portuguesa conhecida como Trovadorismo (1189-1434) ou seja, um conjunto de características formais e de seleção de conteúdo evidente na obra de escritores e poetas que viveram em um mesmo momento , foi trazida ao Brasil durante o século XV, junto com os colonizadores e se desenvolveu na região Nordeste, a qual concentrava a maior parte da população brasileira nos primeiros séculos.


Ao contrário do que imaginavam os profetas do obituário cordeliano, esta manifestação literária tem se revestido de novos significados e alcançado os mais diversos públicos. Exemplo disso foi o evento 'Café com Cordel', ocorrido na sexta-feira 6 na sede da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC), localizada no Polo Cultural da Estação Ferroviária.



A programação contou com as poesias de Jefferson Declamador e Pedro Poeta, além das participações de autores como Cilene Santos, Val Tabosa, Dorge Tabosa, Rafael Brito, Nay Harison e Tríplice Mistério, bem como a sonoridade de Phabio Treinador. Além disso, foi feita uma belíssima homenagem ao ator e cordelista Nelson Lima (idealizador do Café com Cordel), reconhecido como uma das figuras mais proeminentes na resistência da literatura popular em Caruaru. O evento faz parte de toda uma série de atividades desenvolvidas pela ACLC.


Semelhantemente, o Museu do Cordel, coordenado pelo cordelista Olegário Filho, também está desenvolvendo atividades constantes. O local tem sido costumeiramente visitado por estudantes, universitários, professores, pesquisadores, apologistas e amantes da literatura popular. Aos sábados, é comum haver programações diversificadas no palco do Museu do Cordel, reunindo artistas das mais variadas categorias.



Uma das expressões desse universo é a formação da banda Forró Cordel, que integra nomes como os cordelistas Olegário Filho e Paulo Pereira, além do celebrado músico Carlos Alves – um dos maiores "patrimônios" musicais da Capital do Agreste.


Assim, com força, garra e persistência que a Literatura de Cordel ganha novos ares, novos contornos, novos nomes e novos projetos, mergulhe também nesse vasto oceano de cultura.

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