Há algumas décadas, os jornais prenunciavam o falecimento da
literatura de cordel. Diziam que a televisão e o rádio sepultariam uma das mais ricas expressões
do povo brasileiro. Oriunda da escola literária portuguesa conhecida
como ‘Trovadorismo’ (1189-1434) – ou seja, um conjunto de
características formais e de seleção de conteúdo evidente na obra de escritores e poetas que viveram
em um mesmo momento –, foi trazida ao Brasil
durante o século XV, junto com os
colonizadores e se desenvolveu na região Nordeste, a qual concentrava a maior parte da população brasileira nos
primeiros séculos.
Ao contrário do que imaginavam os profetas do obituário cordeliano, esta
manifestação literária tem se revestido de novos
significados e alcançado os mais diversos públicos. Exemplo disso foi o evento 'Café com Cordel', ocorrido na
sexta-feira 6 na sede da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC),
localizada no Polo Cultural da Estação Ferroviária.
A programação contou com as poesias de Jefferson Declamador e
Pedro Poeta, além das participações de autores como Cilene
Santos, Val Tabosa, Dorge Tabosa, Rafael Brito, Nay Harison e Tríplice Mistério, bem como a
sonoridade de Phabio Treinador. Além disso, foi feita uma belíssima homenagem ao ator e
cordelista Nelson Lima (idealizador do Café com Cordel), reconhecido como uma das figuras mais
proeminentes na resistência da literatura popular em Caruaru. O evento faz
parte de toda uma série de atividades
desenvolvidas pela ACLC.
Semelhantemente, o Museu do Cordel, coordenado
pelo cordelista Olegário Filho, também está desenvolvendo atividades constantes. O local tem sido
costumeiramente visitado por estudantes, universitários, professores,
pesquisadores, apologistas e amantes da literatura popular. Aos sábados, é comum haver programações diversificadas no
palco do Museu do Cordel, reunindo artistas das mais variadas categorias.
Uma das expressões desse universo é a formação da banda Forró Cordel, que integra nomes como os cordelistas Olegário Filho e Paulo
Pereira, além do celebrado músico Carlos Alves – um dos maiores
"patrimônios" musicais da
Capital do Agreste.
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