15/05/18

Personagens e Personalidades de Caruaru Onildo Almeida


Onildo de Almeida, nasceu aqui mesmo em Caruaru, em 13 de agosto de 1928. O Filho de José Francisco de Almeida e Flora Camila de Almeida completa então esse ano 90 primaveras. Iniciou sua carreira no conjunto vocal, o Cancioneiros Tropicais, depois chamado de Vocalistas Caetés. Foi atuar no rádio e em seguida tornou-se proprietário de emissora. 


Onildo Almeida iniciou a profissão de radialista em 1951, na Rádio Difusora de Carauru, instalada na cidade pelo Grupo F. Pessoa de Queiroz. Ele começou como operador de som e depois exerceu outras funções, entre as quais repórter e publicitário. No rádio, Onildo participou da criação de programas de auditório como o “Expresso da Alegria” e o “Vesperal das Quintas”, grandes sucessos à época. E, de empregado passou a empresário, fundando, com um irmão, a sua própria emissora: a Rádio Cultura do Nordeste. 


Tem mais de 500 composições, algumas gravadas por grandes nomes da MPB como Maysa, Agostinho dos Santos e Gilberto Gil.

Cláudio Bezerra, Onildo Almeida, Helder Lopes, Junio Barreto, Barro e André Julião
Seu primeiro sucesso foi a música Linda Espanhola, marchinha carnavalesca, ganhadora de concurso do carnaval pernambucano de 1955. Mas foi com a música regional interpretada por gente da estirpe de Luiz Gonzaga, Marinês e Trio Nordestino que ficou conhecido em todo o Brasil e ganhou projeção internacional: a sua música Feira de Caruaru, gravada por Luiz Gonzaga em 1957, ganhou o mundo e foi divulgada em 43 países. 

Onildo fazia suas canções sozinho na maior parte das músicas que compôs. Mas assim mesmo dividiu com Gonzaga as seguintes músicas: É Sem Querer (1974), Lá Vai Pitomba (1980), Regresso do Rei (1984) e Sanfoneiro Macho (1985). Quando Luiz Gonzaga esteve pra abandonar a carreira, pois o baião havia sido expulso dos grandes centros, na década de 1960, Gonzaga confiou a Onildo a tarefa de compor uma música pra marcar a sua despedida (A Hora do Adeus), praticamente toda de Onildo, pois somente o primeiro verso é de Luiz Queiroga, outro compositor talentoso, porém já falecido. 

Onildo e Gilberto Gil
Outros grandes sucessos de Onildo na voz de Gonzaga foram: Sanfoneiro Zé Tatu (1963) e Aproveita Gente (1984). Há outro grande nome da música regional que deve muito a Onildo. É a cantora Marinês, a mais bela voz surgida nos rincões nordestinos. Onildo presenteou Marinês com verdadeiros clássicos: História de Lampião, xaxado (1960), Gírias do Norte, com Jacinto Silva (1961), Marinheiro (196l), Siriri, Sirirá (1962), Meu Beija Flor (1962), Se a Polícia Chegar (1962), Minha Açucena (1963), Siu Siu Siu (1964), Profecia do Padre Cícero, com Jacinto Silva (1964), Carne de Sol (1965), A Feira de Caruaru nº 2 (1965), É Amor é Saudade (1966), Assim Nasceu o Xaxado, com Agripino Aroeira (1967), Matuto (1968), E Tará Rá Rá (1968) e Vitalino (1972). 

Onildo e Luiz
O Trio Nordestino também fez muito sucesso com músicas de Onildo: Tá com Raiva de Mim, Se Casamento Fosse Bom, No Dia dos Namorados e Amor pra Te Dar. Jackson do Pandeiro também gravou Morena Bela, de Onildo e Juarez Santiago. Jorge de Altinho é outro artista que fez muito sucesso com músicas de Onildo: Saudade de Você (1983), Lamento (1984) e Sem Você (1987). Flávio José também gravou em 2001 a sua música ABC do Amor. Embora seja um compositor de enorme talento, é pequena a discografia de Onildo Almeida: A Feira de Caruaru nº 2 e Casamento Antigo (1957); Zé Dantas e Vaquejada (1962), gravadas pela extinta gravadora Mocambo. A gravação original da Feira de Caruaru não se sabe o selo da gravadora. Desde 1991 que Onildo só compõe músicas evangélicas, após se tornar membro da Igreja Assembléia de Deus Betesda em Caruaru-PE. Está lançando um CD com 24 faixas de louvor a Deus. A música popular nordestina sente muito o afastamento do poeta e músico, mas se compõe pra Deus, que este o ilumine e conserve a sua vida e o seu talento. A música Vitalino (letra e melodia de Onildo), homenagem ao grande artista do barro, do Alto do Moura em Caruaru, o qual tem peças expostas até no museu do Louvre em Paris, faz jus à grande arte de Onildo.

Em 1957, teve gravado por Luiz Gonzaga aquele que seria um de seus maiores sucessos, assim como do próprio Rei do Baião: o baião "A feira de Caruaru", que vendeu, entre março e maio daquele ano, 100 mil cópias, configurando o primeiro grande recorde musical do nordeste. No mesmo ano, gravou o primeiro de seus dois discos na Mocambo interpretando de sua autoria "A feira de Caruaru nº 2" e o xote "Casamento antigo". Em 1960, a cantora Marinês gravou, de sua autoria, o xaxado "História de Lampião". Em 1961, a mesma cantora gravou dele e Jacinto Silva o coco "Gírias do Norte" e a moda de roda "Marinheiro", de motivo popular, com arranjos dele. Em 1962, Marinês voltou a gravar composições de sua autoria: as modas de roda "Siriri, sirirá" e "Meu beija-flor". No mesmo ano teve seu forró "Sanfoneiro Zé tatu" gravado por Luiz Gonzaga. Gravou também no mesmo período, de sua autoria, os baiões "Zé Dantas", em homenagem ao famoso compositor, falecido naquela ocasião, e "Vaquejada". Em 1967, gravou, de sua parceria com Luiz Queiroga, "Hora do adeus" no LP "Óia eu aqui de novo". 

Forrock em 1987
Em 1970, no LP "Sertão 70", Luiz Gonzaga gravou o "Xote de saiote". Em 1973, no LP "O fole roncou", Luiz Gonzaga gravou, de Onildo e Janduhy Filizola, músico do Quinteto Violado, a composição "Cidadão de Caruaru". Em 1974, compôs com Luiz Gonzaga "É sem querer". Em 1978, teve sua composição "Onde o Nordeste garoa" gravada por Luiz Gonzaga no disco "Dengo maior". Em 1980, compôs com Luiz Gonzaga "Lá vai pitomba". Em 1983 teve a música "Saudade de você" gravada por Jorge de Altinho "Sai do sereno" por Dominguinhos. Em 1984, compôs com Luiz Gonzaga "Regresso do rei". No mesmo ano, Jorge de Altinho gravou "Lamento". Em 1985, mais uma de suas parcerias com Luiz Gonzaga, "Sanfoneiro macho", deu nome ao disco do Rei do Baião naquele ano. Em 1987, a cantora Marinês gravou no LP "Balaio de paixão" um pot-pourri com suas composições "E tará-rá-rá", "Minha açucena" e "Meu benzim". No mesmo ano Jorge de Altinho gravou "Sem você". O Trio Nordestino obteve grande sucesso com a composição "Amor pra te dar", parceria de Onildo e Agripino Aroeira. Em 1994, sua composição "A volta do regresso", com Irandir Costa foi gravada pelo cantor Falcão no disco "Dinheiro não é tudo, mas é cem". Em 2001 teve a composição "ABC do amor" gravada por Flávio José.


Com 543 composições gravadas, tendo sua composição "A feira de Caruaru" registro de gravações em 34 países, desde o final dos anos 1990, passou também a atuar como empresário, assumindo a posse e o comando da Rádio Cultura de Caruaru. Em 2006, completando 50 anos de gravação, "A feira de Caruaru" foi gravada no Japão, cantada na língua daquele país. Em 2011, foi lançada uma coletânea, pela Star Music, com 23 músicas de sua autoria interpretadas por Luiz Gonzaga, em anos variados. 

Tocha Olimpica em Caruaru
As suas canções gravadas foram: "A feira de Caruaru", "Capital do agreste" (c/ N. Barbalho), "Sanfoneiro Zé Tatu", "Cidadão de Caruaru" (c/ Janduhy Finizola), "regresso do Rei" (c/ Luiz Gonzaga), "Hora do Adeus" (c/ Luiz Queiroga), "Zé Dantas", "Só Xote", "Queimando lenha", "Tei-Tei no arraiá", "Sanfoneiro macho" (c/ Luiz Gonzaga), "Tá bom demais", "Lá vai Pitomba", "Xote do saiote", "Bom pra uns" (c/ Juarez Santiago), "Onde o nordeste garôa", "É noite de São João", "Meninas do grotão", "É sem querer" (c/ Luiz Gonzaga), "Aboios" (c/ Luiz Gonzaga), "A feira de Caruaru (ao vivo)", "Renascença" e "Aproveita gente".

Ao longo de sua vida de compositor, Onildo Almeida conquistou dezenas de prêmios: foi vencedor de festivais de músicas, recebeu Discos de Ouro e outros troféus. È citado entre os grandes nomes da música pernambucana e do Nordeste. Já está empenhado na produção de novos trabalhos: 01 CD Coletânea de músicas Românticas, 01 CD Coletânea de Canções Regionais e 01 CD Coletânea com canções de Caruaru.

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