
O São João ta chegando e a cidade já fica
naquela ansiedade pra assistir as apresentações nos diversos polos. Hoje em
dia, o São João de Caruaru basicamente é configurados com vários palcos onde
ocorre apresentações musicais. Mas nem sempre foi assim.
Falarei dos primórdios em breve, mas o que se
conhece como “São João de Caruaru” hoje, só começou a criar notoriedade e
entrar por calendário da cidade como um dos principais eventos do ano, a partir
da década de 70.
Em 1972, o odontologista Agripino Pereira e
sua mulher Tereza resolveram enfeitar a Rua São Roque para comemorar o São
João, e deu super certo, o pessoal do bairro adotou e gostou. No ano seguinte,
Agripino tentou patrocínio com uma marca de bebida para ajudar na montagem das
quadrilhas e cirandas, e foi a partir daí que a festa começou a acontecer na
Rua São Roque todo ano.
Antes de mais nada, o mais legal disso tudo é
que era uma festa organizada pelo bairro, pelo povo, onde todos ajudavam:
decoração, fazer comidas típicas e coisas do tipo, todo mundo ajudava. Eram
cerca de 33 famílias e 1 comissão organizadora, onde Agripino foi o 1º
presidente desse grupo.
Como era uma organização de bairro, eles não
tinham palco, mas nomes como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Azulão tocaram
lá, mas nesse caso era em cima de caminhões.
O casal deixou a organização do evento quando
foram morar em outro bairro e Agripino foi estudar odontologia. Foi aí que
entregaram desde fotos até a organização para as irmãs Lira: Eulina, Juraci, Laurinda, Adélia, Odília e Marinete Lira.
Essas festas e organizações de bairro,
acontecia em outros lugares também, mas a Rua São Roque sempre se destacava.
Tanto é q ainda na década de 70, decidiram criar um concurso pra saber qual a
rua mais bonita, e a São Roque ganhou por 11 anos consecutivos. E todo esse
engajamento do pessoal do bairro era de forma espontânea, é porque eles gostavam
de ver aquilo acontecer. Esse espírito comunitário acredito eu, seja o ponto
mais bonito do São João da rua São Roque.
Até que em 1993 a Prefeitura fez um
acordo pra organizar o evento, e aí o São João sai das mãos das irmãs Lira e
passa para o poder público. A Prefeitura transferiu o São João para a Avenida
Rui Barbosa, depois para a Estação Ferroviária e depois para o Pátio de
Eventos, e aí a festa já se configura como hoje em dia.
Esse foi um breve relato da história do
São João frisando a importância de Agripino e das irmãs Lira que foram uns dos
principais personagens na história do São João de Caruaru e que sempre devem
ser lembrados.
Falarei com mais detalhes em breve, os
primórdio e o contexto sócio-cultural de Caruaru antes da década de 70 e como o
festejo de São João apareceu na cidade até se tornar a marca de “Capital do
Forró”.

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