22/06/18

Secult e Fundarpe lançam Prêmio Palhaço Cascudo de Incentivo às Artes Circenses


O governador Paulo Câmara, na mesma cerimônia em que premia os vencedores do Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia, nesta quinta-feira (21), no Palácio do Campo das Princesas, assina também decreto que cria o Prêmio Palhaço Cascudo de Incentivo às Artes Circenses. No valor de R$ 150 mil, o novo prêmio é uma homenagem ao circense Francisco Chagas da Costa, o Palhaço Cascudo, e visa incentivar as mais diversas expressões da arte circense realizada em Pernambuco. 
A publicação do edital, que ocorrerá em breve, bem como a seleção das propostas inscritas, será realizada pela Secretaria de Cultura e Fundarpe. As inscrições serão virtuais, pela plataforma Mapa Cultural de Pernambuco e, para participar, os interessados devem fazer seu cadastro através do endereço: www.mapacultural.pe.gov.br. O anúncio dos vencedores da primeira edição ocorrerá no dia 10 de dezembro de 2018, data em que se comemora o Dia do Palhaço.
O prêmio de R$ 150 mil será dividido por faixas e segmentos, conforme dispuser o Edital, e destinado aos circenses com atuação profissional comprovada; às obras individuais e de grupos; e a acervos familiares de teor artístico, fotográfico, bibliográfico, documental ou misto, com interesse na organização ou estruturação destes acervos.
“O governador Paulo Câmara reconhece a necessidade de se valorizar essa arte milenar, que tem no nosso estado importantes representantes, artistas guerreiros de gerações, saberes e escolas distintas, e que vêm repassando essa rica tradição para os mais jovens. É preciso o reconhecimento como forma de salvaguardar a arte circense e os seus artistas”, coloca o secretário de Cultura Marcelino Granja.
A presidente da Fundarpe, Márcia Souto, destaca os mais diversos objetivos do prêmio Palhaço Cascudo. Entre eles, a difusão da memória do Palhaço Cascudo; o incentivo aos artistas circenses em atividade permanente no Estado; a valorização e reconhecimento das excelências dos artistas que dedicaram suas vidas às artes circenses; a implementação de uma política pública voltada aos artistas circenses em atividade permanente em Pernambuco; e o aprimoramento dos diversos modos de expressão desta arte. “O circo é um patrimônio afetivo da cultura do nosso povo, um lugar de arte, de sonho e de alegrias. Este prêmio é uma celebração ao artista circense e ao seu processo contínuo de criação, saberes e fazeres”, coloca Márcia Souto.
Sobre o homenageado
Francisco Chagas da Costa, o Palhaço Cascudo, nasceu em 1930, no bairro de Casa Amarela, no Recife. Na juventude, se agregou ao primeiro circo que apareceu, virando artista, locutor, atirador de facas, ator dos dramas circenses, dos quais ainda lembrava os textos de cor, até a data de falecimento, em 2008. Percorreu todo o Brasil em grandes circos, até nascer o Palhaço Cascudo. Marluce de Souza Costa, sua esposa, companheira na vida e no picadeiro, acompanhava Cascudo em números cômicos apresentados no circo.
Depois de muitos anos com o circo, ao chegar em Jaboatão do Guararapes/PE, o casal interrompeu seu trabalho no picadeiro, deixando o Realeza Circos seguir com os filhos, sem nunca porém deixar de repassar os conhecimentos adquiridos durante toda a vida de itinerância. Cascudo continuou sua trajetória circense ajudando muitas pessoas a armar ou confeccionar lonas com métodos tradicionais. Dentre tantos conhecimentos da arte do picadeiro, Cascudo dedicou-se a confeccionar e ensinar a técnica da perna-de-pau, para várias gerações, apesar de nunca ter subido numa delas. Dizia-se influenciado pelo artista circense Roberto Brasileiro que, segundo ele, foi o melhor perna-de-pau da década de 70.
Tais atitudes fizeram desse número um dos que mais caracterizam sua família, desde a década de 80. O Palhaço Cascudo é um exemplo de persistência e amor à arte circense. Apesar das dificuldades que enfrentou, manteve a dignidade da arte milenar do circo, construindo, junto aos seus filhos e netos, a admiração e o interesse em continuar a mesma arte que tanto o orgulhava.

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