
Como se sabe, ecologia é a ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e destes com o meio.
Pode parecer que, quanto aos seres vivos que habitam os biomas, cada um cuida de sua própria vida, sem influenciar ou ser influenciado por outros. Não! Não é assim como poderá se imaginar. A natureza e todos os seres vivos mantém rigorosa interdependência: entre eles seres vivos e entre estes e o meio ambiente, assegurando a sobrevivência e a reprodução, sempre em conformidade com as leis biológicas, genéticas e físicas da natureza, assim dando sustentação à biodiversidade.
O criador foi pródigo com o Brasil, concedeu-lhe uma diversidade de biomas que lhe confere extraordinária beleza. Mas, infelizmente, os sinais da agressão à criação estão presentes”.
Quem não se lembra da catástrofe do caso Mariana em Minas Gerais (2015), que impactou a vida de milhares de famílias atingidas pelo rompimento da barragem de rejeitos de mineração. O cuidar da “casa comum” é um dos maiores desafios pelo qual somos todos responsáveis, até porque as “degradações do ambiente são sempre acompanhadas pelas injustiças sociais” cita o Papa Francisco.
Não, não é de hoje que ouvimos, aqui ou ali alguém dizer que o planeta terra é a nossa casa. É, Ela é a nossa “Casa Comum”, a humanidade não tem outra! Entretanto, tal qual as doenças que nos acometem, está a “Terra” doente, está sob ameaça! E as causas das enfermidades estão na maneira como temos feito uso de seus recursos naturais. Os quais nos fornecem o “pão nosso de cada dia”, a água que bebemos, o ar que respiramos desde o momento em que nascemos até ao momento em que morremos.
Portanto a ênfase é pela diversidade natural que se manifesta em cada um dos biomas brasileiros e também para se criar relações respeitosas com a vida e à cultura dos povos originários de cada bioma ou que tradicionalmente neles habitam. A exemplo das comunidades indígenas essas desempenham papel fundamental na conservação da biodiversidade.
A biodiversidade reúne toda a variedade de vida, onde cada organismo tem uma função e todos estabelecem uma inter-relação. Por exemplo, se uma espécie de vegetal for comprometida, poderá ocasionar a extinção daquele animal que o tem como base de sua dieta.
Diante da constatação da importância da biodiversidade que compõe os biomas torna-se urgente uma nova mentalidade e estilo de vida capaz de se traduzir em hábitos permanentes, sustentáveis e éticos em defesa da vida. Mesmo que nossa contribuição pareça ser pequena, lembremo-nos é a nossa contribuição, e com certeza fará a diferença.
Então deixemos aqui, algumas dentre milhares de ações que poderão ser carreadas tanto a nível individual, pelas empresas em geral e mesmo pelo poder público para a sustentabilidade ambiental.
Vejamos: Evitar o desperdício de água em todos os níveis. Em casa reduzir o tempo de banho, não lavar a calçada e carro com a mangueira. Com relação aos alimentos evitar o desperdício, o Brasil é um dos países que mais
desperdiçam alimentos no mundo. Economizar energia elétrica apagando as luzes dos cômodos que não estiverem em uso. Comprar eletrodomésticos da categoria A, de baixo consumo de energia. Apoiar campanhas de esclarecimento e incentivo ao consumo consciente. Inicie em casa a coleta seletiva, separação de vidro, papel, metal e plástico. Utilize sacolas retornáveis, evite uso de copos plásticos descartáveis por copos, canecas, xícaras de uso permanente. No trânsito, respeite a sinalização e limites de velocidade, assim estará prevenindo acidentes com atropelamento de pessoas e animais. Use o transporte público, com isto se poderá pressionar por sua melhoria. Criação de ciclovias, plantar árvores e distribuição de lixeira por toda cidade. Melhoria e ampliação da rede de saneamento básico principalmente nas comunidades mais carentes. Cobrar e apoiar as ações de preservação, despoluição e revitalização de rios da região, a exemplo do rio Ipojuca.
Não ignoremos que também somos responsáveis por tudo, sejamos parceiro na defesa da vida.
Agildo Galdino é membro da Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras, e doutor Ecologia e Recursos Naturais.
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