22/07/18

Mestre Vitalno por Rafael dos Santos Barros


De Vitalino, as mãos eram mãos santas,
Que modelaram em barro os nordestinos
E transportaram a dor e os desatinos
Para os bonecos, tantas vezes, tantas!
Bonecos mudos! Quantas vezes, quantas?
Minha alma cega, por meus olhos, viu
A tua dor, meu coração sentiu
No canto triste que ainda hoje cantas.
Soprou-se a vida num boneco mudo,
Que, sem falar, assim dizia tudo
Dos nordestinos, dos destinos seus.
Advertência dos que nascem pobres
Pelas mãos rudes que ficaram nobres,
Abençoadas pelas mãos de Deus.

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