08/08/18

Mestre Chacon vai ao Japão apresentar o maracatu pernambucano


Pela segunda vez, Pernambuco terá um representante dentro da programação do Festival Sukiyaki, que, neste ano, acontece entre os dias 24 e 26 de agosto, no Japão. Depois de Naná Vasconcelos deixar sua marca no país asiático, agora será a vez do Mestre Chacon Viana, do Maracatu Nação Porto Rico, levar a sua contribuição. O brincante realizará seis oficinais em cidades diferentes dentro da programação do evento. Tóquio, Kyoto e Toyama serão alguns dos endereços que receberão os workshops para seis grupos de maracatu japoneses. 

O público poderá assistir o resultado da experiência no dia 25 de agosto, quando Chacon se apresentará com os alunos no Festival, em Toyama. “A cultura deles também trabalha muito o tambor atrelado às religiões. Lá, os tambores são sagrados do mesmo modo como são para o maracatu”, observa Chacon, que acredita que não haverá dificuldade de compreensão entre os japoneses. “Eles usam muita força e pouca técnica ainda. Vou tentar levar a nossa malemolência e mostrar como o corpo faz parte da percussividade do tocar. Não se toca sem dançar”, explica o mestre, que já acompanhava o desenvolvimento do maracatu no Japão através de um amigo.Conheci Hack em um encontro de maracatu na França e, depois, ele veio para o Brasil e participou do Maracatu Nação Porto Rico. Ele é músico e se apaixonou pelo brinquedo. Eu já tinha consciência desses grupos de maracatu no país por conta dele, que sempre me manda vídeos dele mesmo dando oficinas em várias cidades”, explica Chacon, que mantém contanto com Hack desde 2016. Foi ele quem apresentou o portfólio do mestre para a produção do festival, que convidou Chacon para ministrar as oficinas e se apresentar no evento.

O mestre será o único brasileiro a participar da edição deste ano do Sukiyaki, que em outros anos, além de Naná, já recebeu nomes como Carlinhos Brown, Timbalada e André Mehmari.  “Para mim, é uma honra levar o nome não só do Porto Rico, mas, principalmente, do maracatu para lá. Eu espero que isso traga mais japoneses para cá e que outras manifestações nossas também vão para lá. Acho que é o começo de um grande intercâmbio entre Pernambuco e Tóquio”, resumiu Chacon, que, desde 1989, quando era vice-diretor de batuque (equivalente a contramestre hoje) do grupo, viaja o mundo inteiro representando o briquedo. Espanha, Portugal e Alemanha são alguns dos países que já o receberam. “Quando viajo com um trabalho desse me sinto vitorioso, porque é a nossa cultura em destaque”, conclui.

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