13/11/18

Artigo: Na Máquina de Escrever | “Os Erros Precisam ser Nobres” Por Prof. Fábio Junior da Silva

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“Usar uma máquina de escrever é como ir ao um museu. No museu você encontra diversas histórias e na máquina de escrever você escreve diversas histórias.”

O maior entusiasmo da máquina de escrever é que ela não permite erros e se houver “precisam ser nobres” parafraseando Maria Bethânia. Sim! O texto não permite erros na máquina que escrever, e isso provoca uma nostalgia gostosa, pura adrenalina. Ela tem toda uma postura e atenção e traz consigo muito amor, leveza e dedicação são como cuidar de uma flor rígida às vezes é sensível quase toda hora.
Hoje meu maior patrimônio é uma máquina de escrever das antigas e estou vivendo momentos memoráveis aprendendo a digitar novamente e ser mais analítico atencioso e criterioso. Até na hora da acentuação devemos pensar qual tecla deve acionada para que acento saia correto.

A fascinação da máquina de datilografia veio da escola que estudei a vida até o Magistério o atual e quase instinto normal médio. Antes da chegada do laboratório tinha uma sala repleta de máquinas de escrever. Ter uma máquina de escrever é para celebrar a vida seus poemas, seus textos e enviar mensagens graciosas para os amigos e pessoas especiais. Eu ainda fiz umas aulas com a profa. Givanilda e depois fui logo seduzido pelo o computador e recebendo um querido prof. Amaury Borba para nos ensinar essa revolução tecnológica.

É nela a máquina de escrever que saem boas escritas, bons textos e excelentes poemas. A máquina de escrever ou máquina de datilografia como se chamava antigamente é como “caixa mágica” de que reproduz pensamento de forma extraordinária. Ao contrário da tecnologia atual o computador permitiu todos os erros possíveis e imagináveis e só depois apagar ou corrigir tudo em questões de minutos.  
As empresas nas suas ações culturais e literárias deveriam comtemplar à estimulação do conhecimento e aprendizagem com “a famosa máquina de datilografia para seus funcionários.” É um recontro com o passando estando no presente e guardando o seu futuro.

No artigo por Braulio Tavares – Máquina de Escrever – editoras.com. “Daqui a um milhão de anos, os arqueólogos da futura Humanidade estarão desenterrando, junto com ossadas de iguanodontes e crânios de tiranossauros, os arcabouços enferrujados das máquinas de escrever do século 20. Simpósios e mais simpósios serão organizados para discutir qual a serventia que teriam tido aquelas engenhocas tão intrigantes e perturbadoras quanto o Mecanismo de Antikhytera.
Mal saberão eles que foi em cima dessas barulhentas contrapções que milhões de escritores gemeram, suaram, sofreram, viveram, se desesperaram, atravessaram os sete céus e os sete infernos de que fala o poeta. Sofrimento de tal ordem que deu origem a um dos clichês cinematográficos mais desgastados em filmes sobre escritores: o cara datilografa, pára, começa de novo, pára, arranca a folha de papel, amassa, joga do outro lado do escritório, bota outra folha, amassa de novo… aí depois de fazer isso algumas vezes se desespera – e arremessa a máquina pela janela! Todo filme mostra esse clichê, e eu duvido que na vida real algum escritor já tenha feito isso. 

Penso em Jack Kerouac pegando um rolo de papel contínuo com centenas de metros, enfiando a ponta dele na máquina e escrevendo On the Road do início ao fim, ao longo de três semanas, na base do café e da benzedrina, sem precisar trocar de folha. E penso em Raymond Chandler aos cinqüenta anos, um executivo desempregado tentando virar escritor, e mandando para a editora manuscritos (ou datiloscritos) em que ele se preocupava em alinhar todas as linhas na margem direita, porque pensava que se não fosse assim o livro poderia ser recusado. Uns com tanta intimidade, outros com tão pouca.
 Intimidade com máquina de escrever se conquista aos poucos, através dos olhos, das mãos, dos dedos, ganhando-lhe a confiança e retribuindo-a com carinhos, como dizia Mário de Andrade, ao escrever na máquina uma carta para Manuel Bandeira em 1925: “E agora já sabe: quinze minutos que seja de descanso, estou na frente da Manuela batendo tipo sem parar. Manuela é o nome da máquina, por causa de você. Inventei agorinha mesmo isso.

Não refleti nem nada: ficou Manuela”. Em pleno Modernismo nossos escritores tateavam com timidez no mundo high-tech do teleco-teco do teclado, isso quando Mark Twain já tinha se tornado em 1883 o primeiro autor a submeter um “manuscrito” à editora sob a forma de um texto datilografado (o livro era Life in the Mississipi, e Twain não datilografou ele próprio o texto, pagou alguém para isto). E não só os escritores devem sua vida a ela; a partir de certa época, também os personagens. Já em 1897, Bram Stoker fazia sua personagem Mina Harker, a vítima principal do Conde Drácula, ter à sua disposição uma máquina de escrever onde ela registra em 62 páginas tudo que lhe aconteceu, com todas as informações necessárias para que O Conde seja descoberto, e diz, no Capítulo 26: “Oh, como sou grata ao homem que inventou a máquina de escrever Traveller’s!”- Acesse https://editoras.com/maquina-de-escrever/.  

Prof. Fábio Junior da Silva, ADM – CRA- 13.040. Professor universitário, pós-graduação MBA, pesquisador e ativista sustentável.


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