30/01/19

Caruaru está entre as cidades do Brasil sem Biblioteca Municipal

Primeira "morada" provisória da Biblioteca Municipal de Caruaru
De acordo com dados do Sistema Nacional de Bibliotecas do extinto Ministério da Cultura, atual Secretaria Especial da Cultura (Ministério das Cidades), o Brasil tem 6.701 bibliotecas cadastradas, destas, cerca de 3 mil são comunitárias. São números de 2 anos atrás que indicavam que 112 dos 5.570 municípios não contam com espaços públicos de leitura. Caruaru está, no momento, dentro desta estatística. 

O vereador Pb. Andrey Gouveia utilizou há quase um ano a tribuna da Câmara Municipal para ressaltar o requerimento nº 475/2017, onde solicitou a reabertura da Biblioteca Pública Municipal Álvaro Lins. Andrey falou que "em 100 anos de existência, a biblioteca nunca dispôs de um espaço próprio. Ressaltamos a importância da reabertura da biblioteca." 

Prefeitura

Uma das metas do Plano de Governo de Raquel, no Eixo Educação, foi de "Ampliar o número de bibliotecas escolares para 100% das escolas municipais".
 Escolas do município tem bibliotecas instaladas. Na foto: Escola em Tempo Integral João Lyra Filho.
Sobre a Álvaro Lins, a Prefeitura de Caruaru tem informado que todo o acervo de livros e móveis está em uma sala climatizada, com segurança e que será reaberto quando for resolvida a questão do espaço físico.

Biblioteca "itinerante" e Centenária

A Biblioteca Pública de Caruaru foi fundada na administração do prefeito João Guilherme de Pontes no dia 01 de julho de 1817. De início, funcionando no prédio do próprio governo municipal, na época chamado de Paço Municipal, onde hoje é o Palácio do Bispo (FOTO à cima). Em seguida a Biblioteca Pública foi para a sede da Associação Comercial de Caruaru - ACC, tendo que desocupar para construção do novo prédio da ACIC. Por conta disso, o prefeito Anastácio Rodrigues deixou também ali seu marco histórico, modernizando os serviços e administração mais profissionalizada, dando a Biblioteca recebeu uma atenção especial. Relatos dão conta que posteriormente a Biblioteca foi para diferentes locais, inclusive na Casa da Cultura José Condé e, mais na frente no primeiro andar da antiga Estação Ferroviária. Uma nova mudança se deu, para um prédio da Rua Coronel Limeira.

Em novembro de 2016, final do último período da gestão de Queiroz, foi para um prédio na Avenida Oswaldo Cruz. Em seguida, não está mais em local para visitação pública. O acervo permanece há dois anos aguardando um novo local, também provisório.

Importância das Bibliotecas

Ambiente de convivência, estudo, inserção social e, principalmente, de leitura. Mesmo com tantos atributos importantes, as bibliotecas existentes no Brasil ainda não são suficientes. A Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010, determina que as escolas brasileiras públicas e privadas, de todos os sistemas de ensino, tenham uma biblioteca. Mas, na prática, a realidade é bem diferente. De acordo com o Censo Escolar de 2017, metade das escolas do Ensino Fundamental não possuem um espaço destinado a leitura. O Plano Nacional de Educação prevê que até 2020 essa situação seja revertida.

Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz um dado positivo sobre a situação. A quantidade de bibliotecas no Brasil tem crescido. Entre 1999 e 2014, o número subiu de 76,3% para 91,7% e, dos 5.570 municípios do país, apenas 112 não possuem o espaço público para leitura.

O Brasil tem mais de 7 mil bibliotecas cadastradas no Sistema Nacional de Bibliotecas do Ministério da Cultura. A proporção é de apenas uma biblioteca pública para cada 30 mil habitantes. Na República Tcheca, que tem o melhor índice do mundo, a proporção é de uma para cada 1.970 habitantes. Outro dado negativo é o índice de leitura dos brasileiros. Uma pesquisa do Instituto Pró-livro, realizada em 2014, mostrou que 44% dos brasileiros não têm o hábito de ler e 30% nunca compraram um livro.

A Primeira biblioteca do país e também a mais antiga instituição cultural brasileira, a Biblioteca Nacional  foi fundada em 1810 como Real Biblioteca, com o acervo trazido pela corte de D. João VI em 1808. Tinha um acervo de 9 milhões de itens e foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como uma das principais bibliotecas nacionais do mundo. 

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