Quando o último sebo
Cai de fronte ao monte da ignorância.
Quando uma criança
descobrir que Deus
É apenas uma criança
Brincando com um pião.
Que tal presságio
foi escrito, recitado e gritado
por Miró Muribeca,
Um outro poeta
que também súplica amores.
Minhas senhoras, meus senhores.
O sol!
Iluminará as cabeças guiadas
por sedosos de farda,
Que ocultam a face
Para vesti-se de carrasco.
Quando a última lágrima finda,
E eu encontrar alegria suficiente
Para pular com essa gente muda, mais protestante.
Quando a lua revelar
Dante e virgílio.
Quando tudo quanto for desatino seja quebrado
pelo silêncio pulsante da flauta.
Quando as almas
encontrarem alento.
E que o sustento
for enfim repensado.
Quando eu for procurar cigarros
e só achar vida.
Verei minhas feridas saradas.
Quando os versos da madrugada
Forem jogados numa fogueira,
Queimando e virando frenesi.
Quando tudo enfim se transmutar em flores.
Os amores bandidos
serão mero fato.
Urbano Leafa, O despoeta
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