02/02/19

Coisas da Vida - QUANTO RISO, QUANTA ALEGRIA por Agildo Galdino


Oh! Meu carnaval, neste ano de 2018, nada tens a ver com meus carnavais de outrora, quando eu mergulhava de cara dia e noite na folia. Mas com o passar do tempo, mudanças graduais vão se tornando uma nova realidade.

Pois é, passei esses dias envolto em leituras em especial sobre ecologia, minha area profissional-acadêmica. Há algum tempo, já ensaiava rever algumas questões, haja vista a disponibilidade de tempo por estar aposentado.

Assim então fui lendo e novamente me deparei com Henry David Thoreau quando examinava a Economia da Natureza, chamada por ele “Natural Economy”. Terminei por revisitar o pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman, um dos expoentes da chamada sociologia humanística, revendo seu livro “Mal-estar da pós-modernidade”.


Mas, afinal, quem é Thoreau?

Permitam-me um resumo bem suscinto desse filósofo, americano de Concord, Massachusetts, que viveu entre 1817 e 1862. Naturalista, pesquisador, historiador, transcendentalista, um estudioso à frente de seu tempo cujo interesse estava nas interações humanas.

Defendeu a ideia da simplicidade da vida e de harmonia com o meio ambiente, em que as coisas simples, “bens aparentemente menos importantes, podem preencher o espírito humano e trazer felicidade”.

Inspirou a postulação da mudança do paradigma antropocêntrico dominante para uma concepção ecocêntrica. Defendeu o respeito pelos animais, respeito pelas plantas e até mesmo pelo mundo mineral. Influenciou a luta ética contra o especismo – forma de discriminação contra espécies não-humanas.

Tornou-se um crítico vigoroso do modelo de desenvolvimento pautado no consumismo e na exploração da natureza, com degradação do meio ambiente a qualquer custo.

Não obstante a passagem do tempo, a evolução dos costumes e o prestígio da percepção de Thoreuan quanto à respeitabilidade na relação homem/animal, assistimos ainda a maus tratos infligidos aos animais haja vista que muitas sociedades têm em comum maneiras danosas de tratar os animais não humanos. São por exemplo utilizados para vestimenta, utilizados como matéria-prima ou cobaia na elaboração de cosméticos e outros produtos de consumo.

Segundo Zygmunt, vivemos em tempos onde emergem o individualismo, a fluidez e a efemeridade das relações de mudanças imprevisíveis em nome de uma ideologia em que as pessoas se permitem agir passando por cima de valores morais e éticos.

A interação homem-animal constitui um relacionamento mutuamente benéfico e dinâmico. Estudos mais recentes têm demonstrado que existem vários benefícios advindos da interação com animais de companhia para o bem-estar geral, o desenvolvimento psicológico, social e a qualidade de vida das pessoas como reduzir a sensação de solidão e melhorar as funções físicas e a saúde emocional.

Para o idoso, nota-se a a contribuição dos animais de companhia no auxilio das tarefas do cotidiano tais como alcançar uma chave ou acionar um botão de alarme” para as quais são treinados, em especial os cães. Trata-se de uma área
cujo desenvolvimento no Brasil mostra-se ainda muito acanhado, mas com boas perspectivas de crescimento.

*Presidente da Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras

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