10/04/19

Em prosa e verso - Pernambucanos vencem festival de jovens repentistas por Jénerson Alves


O dia 05 de abril de 2019 foi mais uma data especial para os amantes da cantoria de viola. O motivo foi a realização do 3º Festival da Nova Geração do Repente (Fenoger), no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande-PB. No total, foram dez novos repentistas duelando através de versos e rimas, entre sextilhas e motes.


A dupla campeã foi Djair Olímpio e André Santos. Djair, nascido em Gravatá, é de uma família repleta de cantadores. Seu pai é o repentista Daniel Olímpio. Seus tios Isaías e João também são repentistas. A poética de Djair Olímpio é marcada por imagens que expressam uma grande sensibilidade artística. André Santos é natural de Afogados da Ingazeira e mora em Tabira. Tem se destacado bastante nos eventos culturais que participa, recebendo inúmeros elogios, tanto do público quanto dos colegas de profissão.


Também participaram do 3º Fenoger as seguintes duplas: Rafael Neto (Sergipe) e Adailton Moura (Piauí), André e Anderson Rodrigues (Paraíba), Helânio Moreira e Zé Albino (Rio Grande do Norte), Guilherme Nobre e Alex Luna (Ceará). A comissão julgadora foi formada por uma equipe de poetas com vasto conhecimento, a saber: José Dantas,  Marlon Torres, João Pernambucano e Gilvan Ferreira.


A coordenação do evento foi do poeta Iponax Vila Nova, que é um verdadeiro baluarte deste segmento cultural, pois luta pela preservação das raízes da poesia popular em consonância com as demandas da contemporaneidade. “O Festival que se dá através do Clube do Repente, almeja incentivar os cantadores que vêm despontando na cena e apresentá-los ao grande público. Todos eles já vivem da viola, mas o Fenoger é como se fosse uma copa do mundo para eles, pois Campina tem um peso diferenciado”, disse Iponax Vila Nova, em entrevista concedida à imprensa paraibana.

Eventos desta natureza incentivam, valorizam e favorecem a cultura popular nordestina. Ademais, exaltam a poesia como linguagem dos sentimentos expressa por meio de ritmo, cadência e rimas. Lembremo-nos do que falou Don Raimundo Miguel (Catedrático de Clássicos no Instituto Provincial de Burgos) sobre a poesia – palavras proferidas em 1857 que se mantêm vivas até hoje: “Ali onde vemos entusiasmo e gênio, imagens, caracteres e sentimentos, paixões e contrastes, um plano habilmente idealizado no qual domine uma ideia geradora, agrupando-se em seu redor os rasgos mais formosos dispersos na natureza para embelezá-la, ali há indubitavelmente poesia”. 

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