A “Engenharia social” nos Crimes cibernéticos por Jéssica Lima*

O conjunto de técnicas para manipular o ser humano é chamado de “engenharia social”, ou seja, trata-se da arte de enganar pessoas para obtenção de um dado ou informação de forma direta ou indireta, a qual explora assim a curiosidade da pessoa, ao invés de invadir ou usar técnicas de hackers. Explorando o elo mais fraco da segurança da informação que são as pessoas.

O Brasil é o 2º país com o maior número de crimes cibernéticos no mundo, só perdendo para a China. No último ano, o número de golpes e crimes aplicados via serviços como watsapp aumentaram significativamente, tornando-se a principal ferramenta para hackers no país inteiro.

Infelizmente essa nossa crise econômica e financeira, trata-se de um solo fértil para novas vítimas de fraudes, justamente com ofertas de empréstimos mais flexíveis e propostas de situações ou vantagens econômicas. Tornando-se mais fácil enganar os usuários nessa fase, por isso que temos observado uma crescente nessas farsas.

Na esteira da contemporaneidade, todo o cenário de segurança que temos hoje no mercado, comparado ao cenário de 10 ou 15 anos atrás, é evidente que a segurança hoje é muito melhor que a segurança de antes. Em contrapartida, a engenharia social continua sendo um dos métodos de mais rápido acesso para que o malware’s criminosos, consigam ter acesso a diversas empresas e até mesmo ao usuário final.¹

Por isso, na dúvida, o usuário deve estar sempre atento e não conceder senhas ou credenciais de acesso ou dados pessoais, pois, criminosos especializados ‘’maqueiam’’ criam todos os ambientes com aparência de verdade e nessa correria nossa do dia a dia acabamos respondendo emails com freqüência, conversas de watsapp, entre outros, e numa dessas conversas estamos todos susceptíveis a sofrer um golpe.

Dessa forma, é preciso buscar um trabalho educacional na sociedade – buscar essa educação da população pra evitar vítimas da engenharia social, ou seja, pessoas que por uma questão de vulnerabilidade ou por falta de conhecimento ou eventualmente pressa, idade já mais avançada, acabem sendo vítimas de diversos golpes virtuais.

Logo, por mais que se adotem senhas ou sistemas de dupla autenticação ou toda uma estrutura de segurança de informação, precisamos também, contar que o usuário esteja sempre atento e evite entregar essas informações de ‘’mão beijada’’ por assim dizer, ou enganado de alguma forma.

Portanto, vale salientar que, não há solução técnica para engenharia social. É realmente preciso se precaver e ter noção dos riscos de cada atitude e tentar ratificar a autenticidade de qualquer documento que chegue ao seu conhecimento, de forma direta ou indireta, a qual pode ir de um bilhete a um email rebuscado e aparentemente verídico. E essa confirmação dependerá das ferramentas e informações disponíveis que cada vítima em específico tenha em mãos. Porém, sabendo dos riscos de ser enganado, propender para a dúvida e desconfiar pode não ser uma má idéia.

¹ - (MALWARE se trata de quaisquer tipos de programas maliciosos usados com a intenção de infectar um sistema para fins criminosos.)

Jessica Lima - advogada especializada em Ciência Criminal e membro da Comissão de Sistema Prisional / Execuções Penais da OAB.