Ainda é tempo de celebrar o Centenário de uma das figuras mais importantes do meio musical caruaruense.
Maria do Carmo Siqueira Benevides, a saudosa professora Carminha Siqueira, nasceu no dia 13 de agosto de 1922, em Jataúba-PE, durante o trajeto que seus pais faziam, oriundos do interior do Ceará, para se fixarem em Caruaru.
Foi normalista em colégio interno na cidade de Senador Pompeu-CE, onde concluiu o curso, visando a área de psicologia, como meta profissional.
Em seguida, transferiu-se para Fortaleza, onde concluiu o curso de piano no conceituado Conservatório Alberto Nepomuceno.
Voltando a Caruaru, iniciou as aulas de piano e acordeão, e, na década de 1950, fundou o IMUC, instituto Musical de Caruaru, que se encontra ainda em atividade, tendo completado 70 anos, já rebatizado de Instituto Musical Carminha Siqueira, tendo a frente o seu filho, Ed Queiroz.
À época da fundação do Instituto, o piano era um instrumento de difícil acesso, presente em poucas casas. Já o acordeão, por ser mais acessível, foi por ela amplamente utilizado, fazendo as vezes de instrumento clássico.
Também trabalhou no Colégio Diocesano de Caruaru por 30 anos como professora de Artes e diretora de Disciplina. Ali, mantinha um coral de alunos que se apresentava nos eventos internos, com a colaboração do professor Machadinho, com quem mantinha grande amizade.
Formou gerações inteiras de alunos, alguns, inclusive, com bolsas de gratuidade, que hoje atuam nos mais diversos segmentos sociais. Destacamos, dentre eles, a também professora de música Lourdinha Troeira - que viria a fundar o seu Instituto Musical, denominado de Villa-Lobos - e o exímio pianista Fernando Teixeira.
Durante mais de 30 anos promoveu seu famoso recital de final de ano no emblemático auditório da Rádio Difusora, sempre lotado. Certa vez, perfilou 150 alunos ao mesmo tempo no palco, sendo necessária a instalação de uma arquibancada para acomodar a todos.
Extremamente disciplinada, era conhecida pela exigência na pontualidade. Iniciava seu discurso na abertura das apresentações apontando o horário. Os alunos que chegassem atrasados não se apresentavam, para desespero de muitos.
Outra curiosidade era a sua admiração pelo compositor polonês Jan Paderewski, incluindo sempre, nas apresentações, o seu famoso e belo "Minueto em sol".
No período junino, fazia uma apresentação na rua, com os alunos saindo da Prefeitura até a Rádio Difusora, todos com acordeões e vestidos a caráter, como uma quadrilha junina.
Em 1997, recebeu o título de Cidadã de Caruaru. Em maio de 2007, foi umas das 150 personalidades agraciadas pelo Governo Municipal com o “Colar do Sesquicentenário de Caruaru”.
Carminha Siqueira faleceu a 15 de setembro de 2007, no dia da Padroeira de Caruaru, de quem era grande devota.
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