Este ano ainda recebi calendários em alguns estabelecimentos, embora a prática dessas dádivas tenha diminuído sensivelmente por contenção de despesas. Mas, em outras épocas era de praxe cada empresário caprichar nas encomendas de folhinhas como brindes que destacavam o logotipo da firma servindo de propaganda.
Outra prática que não vejo mais era a distribuição dos chamados “almanaques”, que além de calendários do ano em curso, do anterior e do vindouro, eram mais completos trazendo orações, pensamentos bíblicos e de autores diversos, palavras cruzadas, charadas enigmáticas, constando ainda as datas de feridos nacionais com explicação dos motivos e variadas notícias com os últimos acontecimentos nacionais e mundiais.
Eram chamados de “Almanaques de Farmácia” por serem distribuídos, de preferência, nesses locais e todo mundo já sabia e buscava o seu ao comprar um medicamento.
Havia o Almanaque do Campo, com informações sobre produção agrícola, agropecuárias, culturas diversas e criações.
O mais atuante e procurado era o Almanaque Biotônico Fontoura, bem atualizado em seus assuntos, serviam de leitura e pesquisa ao público geral. Nele havia de tudo: histórias infantis (lembro ter lido o conto de Jeca Tatu num almanaque), fatos e fotos históricos como biografias dos vultos importantes da História do Brasil e de outros países e as Bandeiras de cada localidade, além das letras de Hinos, como: Hino Nacional, Hino do Soldado, Hino da Marinha, etc. com os nomes dos autores de cada obra. Até anedotas eram encontradas naquelas publicações. Outro almanaque famoso: A Saúde da Mulher.
Acredito que essas lembranças ainda povoam a memória de inúmeros brasileiros que inclusive tiveram seus nomes escolhidos de conformidade com o santo do dia do seu nascimento que as mães faziam questão de consultar na folhinha diariamente.
As crianças e jovens atualmente contam com o “GOOGLE” no seu celular facilitando sobremaneira suas curiosidades. Fica uma dica: procurem aí o que foram os Almanaques e verão como eram úteis e apreciados. Esse vocábulo na atualidade é mais destinado aos folhetos de propagandas comerciais, fugindo totalmente do que era no passado, porém se essa crise da pandemia do coronavírus houvesse sido lá nos idos anos de 1955, 56...como ocorreu com a gripe asiática, com certeza estaria estampada nos “ALMANAQUES”, com todas as orientações e detalhes.
Hoje são raridades, servem pra pesquisas e o mercado livre compra para exposições. O Almanaque Brasil virou livro de cultura popular. Cada época tem suas primazias.
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