No final dos anos 60 já existia o chamado São João de Rua e havia disputa entre as mais enfeitadas, entre elas estavam a Avenida Rio de Janeiro, Capitão Zezé e a São Roque. Cultura e Cidadania conversou com algumas famílias da localidade. Trazemos hoje um pouco dessa história para você.
"A São Roque foi o começo do que temos hoje", lembra Eraldo (Onde hoje funciona Dragão das Tintas era uma mercearia), filho de Dona Socorro, uma das precursoras da festa. Agripino Pereira e Terezinha, casal de moradores da rua decidiram junto com outras famílias decorar e animar a rua para comemorar os festejos juninos. Já nos primeiros anos da década de 70 a festa foi ganhando força e competia com as demais ruas do município, chegando a vencer durante três anos seguidos como campeã. Era época em que as palhoças e os Palhoções surgiram nos bairros.
Dona Socorro, mãe de Eraldo do Dragão das Tintas, coroando Ana Paula
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Havia o tradicional Parque de Seu Clovis (ainda vivo) montado em parte da rua, e exibição de quadrilhas juninas, coco de roda e ciranda. Não existia a atual praça e ficava mais espaço para barracas e o público. As famílias se envolviam na ornamentação e tinha até uma fazendinha.
As emissoras de rádio passaram a organizar e premiar as ruas mais animadas |
O Sr. Nestor conseguiu até o apoio da Pitú, Vitória de Santo Antão, que enviava um carro de som (Otoni) para animar as quadrilhas e cirandas.
Presidentes: Os casais: Clóvis/Neci e Nestor/Dilene foram presidentes da Rua São Roque e os primeiros presidentes da festa na 03 de maio foram Agripino, Pelé do Bandepe, Zé Pequeno e, em seguida, as Irmãs Lyra.
"Palanque" onde as atrações se apresentavam na Rua São Roque |
Atrações como Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Azulão cantavam em cima de um caminhão que era usado como palco, isso já nos anos seguintes, quando passou a ser realizado na 3 de maio. Josélia Roseno, de família também tradicional no local, se emociona com as lembranças daquela época: "era tudo muito bonito e fazia gosto a gente participar, a rua ficava cheia de gente e recebíamos turistas de outros estados do Brasil, as famílias construíam tudo em conjunto e todos brincavam de uma forma muito saudável".
Fazendinha |
Depois da São Roque, por 11 anos a 3 de maio foi vencedora dos concursos promovidos pelas emissoras de rádio, entre as ruas mais enfeitadas. Em seguida a Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru entrou em acordo com as irmãs Lira para que a rua não participasse mais da competição.
Artistas animavam até nas residências, entre eles, o mestre Azulão |
Depois de passar pelas ruas São Roque e 3 de maio, a prefeitura decidiu transferir o São João de Caruaru para a Avenida Rui Barbosa, e em seguida para a Estação Ferroviária vindo a ser posteriormente no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga, onde é até hoje.
Um comentário:
Bela história, pena que minha paixão por caruaru sempre anceia por histórias mais detalhadas, e longas, para deleitar-me com os detalhes. Mas parabéns.
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