04/07/18

Jesus Cristo é o alicerce da sociedade ocidental


Pensar na história é, de certa forma, um exercício autobiográfico. Os fatos construtores de uma sociedade relacionam-se com a perspectiva que temos de nós mesmos. Não estamos onde estamos por acaso, nem o mundo começou hoje. Embora essas observações possam parecer, para alguns, óbvias ou até pueris, tornam-se fundamentais para a contemporaneidade. Afinal de contas, uma das características da pós-modernidade é a ausência de percepção do tempo como linear e progressivo, mas fragmentado. Com isso, muitas pessoas agem e vivem como se todo o arcabouço da história da humanidade pudesse ser lançado no lixo, enquanto o que vale é somente o “agora”.


Dito isto, é possível adentrar no assunto-chave deste texto, o qual é a importância de Jesus para a civilização ocidental. O ensaístas e historiador J. C. Guimarães pontua: “Jesus está imbricado até o cerne na própria noção de civilização e compreensão de mundo da sociedade ocidental, o que apenas confirma que ninguém influenciou tanto, direta e indiretamente, os destinos individuais e coletivos da humanidade”. Até a contagem do tempo em “antes” e “depois” de Cristo assinala sua importância. Querendo ou não, crentes, céticos e ateus situam-se no tempo tendo como referência o nascimento do Carpinteiro de Nazaré.


Do ponto de vista histórico, a existência de Jesus é apresentada para além dos relatos dos Evangelhos, nos trabalhos do historiador judeu Flavio Josefo e em fontes romanas como de Tácito e Suetônio. Convém salientar, contudo, que os textos bíblicos são considerados fontes confiáveis por autoridades como o príncipe dos arqueólogos do século 20, William Foxwell Albright.


Observada a realidade do Jesus histórico, convém pontuar a compreensão de Jesus Cristo como Deus. Ao contrário do que afirmam alguns críticos, o entendimento da Divindade não nasceu tardiamente no Concílio de Nicéia, mas consiste na essência da Igreja cristã. Ele mesmo roga para si este reconhecimento, o que fez Chesterton afirmar que por causa disso Jesus seria um lunático ou, de fato, Deus. Descartando a hipótese de loucura no Nazareno, o escritor inglês declara que há, em Jesus, simultaneamente, uma marca humana e outra sobre-humana. “Sócrates, o mais sábio dos homens, sabe que não sabe nada. Um lunático pode considerar-se a própria onisciência, e um tolo pode falar como se fosse onisciente. Mas Cristo é onisciente em outro sentido: ele não apenas sabe, mas sabe que sabe”, compara Chesterton.


É graças à influência de Jesus Cristo que temos obras como a cantata ‘Jesus Alegria dos Homens’, de Johann Sebastian Bach, livros como ‘Paraíso Perdido’, de John Milton, ou telas de Caravaggio, Michelangelo e DaVinci, só para citar alguns exemplos. Até mesmo poemas do anticristão Algernon Charles Swinburne só foram compostos por causa das palavras de Jesus Cristo.


Nos últimos tempos, vê-se severas afrontas aos pilares da sociedade ocidental. É bem verdade que essa “guerra” não é atual, desenrola-se de forma mais contundente desde o século XIX e, nos últimos anos, tem atingido proporções incalculáveis.


No livro ‘A Invasão Vertical dos Bárbaros’, publicado originalmente em 1967, o filósofo Mário Ferreira dos Santos denuncia o solapamento dos fundamentos da cultura ocidental através de sutis e ativos elementos corruptores. Entre os elementos apresentados, está a valorização de tudo quanto em nós firme a animalidade, caracterizada entre outros fatores pela exploração sobre a sensualidade e desprezo à inteligência. Com isso, a visão de mundo das pessoas não fica apenas míope, mas ciclópica, e as argumentações se limitam à mera repetições de chavões.


Diante do cenário atual, a maior expressão de coragem é defender as bases de nossa civilização para garantir nosso ciclo cultural, enfrentar os bárbaros destruidores da cultura, fortalecendo tudo o quanto temos de positivo e impedindo o desenvolvimento do negativo. E a matéria-prima para esta luta deve ser o amor por tudo o que foi construído até agora tendo como alicerce a pessoa e a mensagem do Senhor Jesus.

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