06/09/18

O Candidato Honesto 2


        O retrato da politica e das comédias brasileiras ao menos tem algo em comum, ambas transmitem da forma mais marcante possível, o  verdadeiro e real descaso com o público.



      A atual situação politica do Brasil a muito tempo vem sendo alvo de grandes escândalos de corrupção. Este retrato vem servindo de inspiração para se produzir obras que abordam de alguma maneira tantos acontecimentos notificados pelos mais diversos noticiários. Com foco nesta realidade, o roteirista Paulo Cursino vem  se aproveitando deste cenário para dar vida aos seus personagens, trazendo-os as telonas sempre engraçados, priorizando mostrar somente o lado cômico de comportamentos inspirados em figuras públicas ou no cidadão comum.  Embora fatos como estes,  possam servir para fazer algo que além entreter o espectador, o fizesse refletir sobre diversas temáticas tais como honestidade, corrupção, a real situação do sistema político, o descaso com a população brasileira e o oportunismo de candidatos que se aproveitam de crises para se auto promover, foca somente em  fazer zoeira destacando sempre momentos polêmicos, achando que divertir ou arrancar gargalhadas de parte do público, está contribuindo para aliviar o sofrimento de brasileiros que sofrem com a falta de compromisso e descaso de seus governantes.  Em sua sequencia, O Candidato Honesto 2, faz  mais uma vez, a junção de ações que servem  para deixar o público dividido e contrariado e nesta sequencia, teremos muitos elementos retratados que serão engraçados para alguns e  tortura para  outros.
  Em 2014, também ano eleitoral, chegava aos cinemas uma comédia baseada no filme O Mentiroso (1997) onde nos apresentava um político inescrupuloso e corrupto, o João Ernesto que tinha conquistado grande popularidade como presidente do Sindicato dos Motoristas de Ônibus. Engajado no Mundo Político, ele se candidata à Presidência da República se mantendo a frente nas pesquisas, no segundo turno das eleições, porém ao receber uma mandinga da avó, fica incapacitado de mentir, prejudicando sua campanha e o deixando mais longe de vencer as eleições já que estava falando somente a verdade. O desfecho a gente acompanhou e seu sucesso de público foi tanto que garantiu ao Candidato Honesto uma continuação, mostrando que, após cumprir quatro anos de cadeia, João Ernesto se candidata à presidência novamente, e vence. Um ano depois, o Brasil entra em uma grande crise e, influenciado por seu vice, as decisões de Ernesto podem levá-lo ao impeachment.



Contando mais uma vez com a direção de Roberto Santucci que ao longo destes anos nos entregou excelentes trabalhos como Até que a Sorte nos Separe (2012, 2013 e 2015) e sua mais recente comédia Os Farofeiros (2018), onde conseguiu explorar a fundo a veia cômica de cada personagem que participa de seus filmes, neste, acontece o contrário. As atuações são artificiais e não conseguimos comprar ou se engraçar com as piadas e nem mesmo com o exagero de palavrões nos diálogos. E mesmo  contando com boa parte do elenco, que participou do primeiro filme, vemos que nesta sequencia,  o longa se arrasta numa narrativa pouco atrativa e muito tediosa para exibir sem sucesso a trajetória do candidato na corrida presidencial. Leandro Hassum tenta ser engraçado e atrativo com suas caras e bocas, já que supostamente seu personagem João Ernesto, ainda permanece incapaz de mentir,  mas não convence e tão pouco diverte. Talvez isto se dê ao fato de está atuando com os mesmos personagens, a exemplo disto podemos citar sua esposa (Flávia Garrafa) que retorna com as mesmas características que foram exaustivamente exploradas no primeiro filme. O personagem do  Ivan Pires (Cassio Pandolfh), entrega só o que as redes sociais divulgava e esta comparação poderia ter funcionado se suas aparições em cena tivesse sido mais sinistras e não para servir de ponte para os cansativos diálogos de Hassum, sempre recheados de palavrões. Já a Presidenta (Mila Ribeiro), ficou bem caracterizada e transmitiu muita graça com seu jeito único de se expressar, exceto numa cena em que ela aparece pedalando numa bicicleta.  Amanda (Rosanne Mulholland) tentam fazer dela o exemplo da profissional séria, da mãe dedicada que cria seu filho sozinha,  e da mulher que entra para o cenário politico para fazer grandes mudanças para depois ver que está envolvida num sistema que caminha pela arte da manipulação e de troca de favores.  Pedro Rebento (Anderson Muller) faz uma atuação  do personagem intolerante e radical, mostrando o qual é fácil influenciar grande parte da população menos esclarecida. É lamentável  ver atores interessantes e de talento para comédias, fazendo suas caretas, tentando serem  engraçados e exagerados, mas tão exagerados e tão fora da realidade, que acabamos não aceitando nada do que eles fazem, justamente por saber  que a qualidade e criatividade das piadas é o que garante o riso no final, coisa que aqui não percebemos esta qualidade nem mesmo nas piadas prontas.



O Candidato Honesto 2 também reserva um  momento para a  quebra de quarta parede e metalinguagem, mesmo recurso que foi utilizado em Os Farofeiros (2018) onde lá funcionou, aqui não funciona, justamente porque Hassum faz uma autocrítica, falando apenas o que o público brasileiro já vem alertando desde que ele perdeu peso  e se reconhece como ator de comédia popular. Critica ainda quem gosta do cinema brasileiro mais clássico, com arte de verdade e qualidade que as esterilizadas comédias não têm.
No fim, o sentimento que prevalece é o de insatisfação por ir conferir um filme que traz situações hilárias,  incapazes de gerar qualquer discussão ou resolver questões urgentes diante do caos apresentado.  A trama ficou simplesmente  num vai e vem para mostrar Hassum no filme menos engraçado de sua carreira, exibindo  que o retrato da politica e  das comédias brasileiras ao menos tem algo em comum, ambas transmitem da forma mais marcante possível, o  verdadeiro e real descaso com o público.

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PROGRAMA CLUBE DO FILME

Neste sábado, ás 13h pela Rádio Cultura do Nordeste AM 1.130, tem o PROGRAMA  CLUBE DO FILME. Apresentado por Edson Santos e Mary Queiroz,  recebe as convidadas, Van Nascimento, Jeniffer Mendonça (Psicólogas) e  Eryka Albuquerque (Psicanalista), para falar  dos temas CINEMA E PSICOLOGIA e SETEMBRO AMARELO - MÊS DE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO. O debate será baseado no Filme UM HOMEM CHAMADO OVE  e outras obras que abordam a temática. Tudo isso e muito mais, você confere no CLUBE DO FILME e para quem gosta de cinema, esse é o seu programa!
Ouça pelo site: www.radioculturadonordeste.com.br

ESTREIAS DA SEMANA


Já famoso, bombado e dono da própria escola de etiqueta e finesse, Crô se vê, no entanto, sozinho e sem família. Carente e vulnerável, acaba ficando à mercê de supostos parentes, cujas intenções não parecem ser das melhores. Ao lado das inseparáveis Geni, Magda e Jurema, mas sempre desviando do veneno da pérfida colunista Carlota Valdez, Crô embarca em uma aventura repleta de pinta para descobrir a sua verdadeira família.
Crô em Família é um filme de comédia brasileiro de 2018 sobre o personagem Crodoaldo Valério da telenovela Fina Estampa, uma continuação de Crô: O Filme. O filme é dirigido por Cininha de Paula e escrito pelo criador do personagem, Aguinaldo Silva com colaboração de Virgílio Silva, Antonio Guerrieri, Sergio Virgilio, Bruno Aires e Leandro Soares.



Quando uma jovem freira que vive enclausurada em um convento na Romênia comete suicídio, um padre com um passado assombrado e uma noviça prestes a fazer seus votos finais são enviados pelo Vaticano para investigar o caso. Juntos, eles desvendam o segredo profano da ordem. Arriscando não só suas vidas, mas também sua fé e suas almas, eles confrontam a força malévola que assume a forma da mesma freira que aterrorizou o público em “Invocação do Mal 2”, à medida que o convento se torna um horripilante campo de batalha entre os vivos e os mortos.
Filme de terror sobrenatural estadunidense de 2018, dirigido por Corin Hardy e escrito por Gary Dauberman e James Wan, sendo um spin-off de The Conjuring 2, de 2016, e o quinto filme da franquia The Conjuring. Produzido pela New Line Cinema, The Safran Company e Atomic Monster Productions e distribuído pela Warner Bros. Pictures,[5] é estrelado por Taissa Farmiga, Demián Bichir, Charlotte Hope, Ingrid Bisu, Jonas Bloquet e Bonnie Aarons.

Confira o trailer:


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